Jornalismo profissional é antídoto para notícia falsa e intolerância

Documento atualiza compromissos da Folha em uma era de mudança de hábitos dos leitores

Capítulo 2
Manual de Redação - Conduta

Conduta

O maior patrimônio do jornalismo é a credibilidade. Um patrimônio construído não só pela aplicação rigorosa da boa técnica, cujas diretrizes são descritas no capítulo Prática, mas também pela atuação íntegra, na essência e na aparência, de cada um de seus profissionais.

Conquistar a confiança do leitor constitui tarefa árdua; perdê-la é fácil.

É direito do leitor cobrar da Folha um jornalismo de qualidade, que seja objetivo e preciso, que se mantenha independente e crítico e que garanta espaço ao contraditório e a pontos de vista divergentes. É legítimo que se levantem questionamentos toda vez que o comportamento do jornal ou de seus profissionais pareça proteger interesses outros que não os dos leitores.

Executivos, editores, repórteres, fotógrafos, cinegrafistas, infografistas e colunistas devem ter consciência de que a atuação do jornal e de seus integrantes está, mais do que nunca, submetida ao escrutínio público permanente.

Conflitos de interesses, militância política e ideológica, falta de transparência na apuração, relações pouco profissionais com fontes, uso de expressões incorretas ou imprecisas e abordagens equivocadas, lenientes ou sensacionalistas solapam a confiança no veículo.

Por sua própria natureza, a atividade jornalística frequentemente implica decisões sujeitas a controvérsia. Quanto se aproximar da fonte? Como lidar com o interesse de quem passa uma informação? Publicar ou não uma imagem chocante? Revelar ou não aspectos da vida privada de personalidade pública?

Não existem fórmulas para resolver cada um desses dilemas, mas este guia de conduta, pautado por princípios éticos e pela experiência sedimentada, pode ajudar a encontrar as melhores soluções para cada caso.