No dia 4 de agosto, quando os portões do Jockey Club de São Paulo abrirem pontualmente ao meio-dia, o público vai encontrar uma cidade gastronômica lá dentro.
Em sua terceira edição paulistana, o Festival Fartura - Comidas do Brasil vai explorar a culinária caipira. Serão 75 atrações, entre estandes de comida, aulas e workshops, distribuídos em uma área de 5.200 metros quadrados. São esperadas 12 mil pessoas para os dois dias de evento, que tem parceria com a Folha.
A programação gastronômica estará dividida em seis seções. No espaço Chefs e Restaurantes, profissionais de vários estados vão servir pratos icônicos de suas regiões.
O mesmo vai acontecer na seção Petiscos, Lanches e Doces, dedicada a guloseimas e sanduíches. E parte das receitas será preparada na hora, diante do público, na área Cozinha ao Vivo. As porções vão custar entre R$ 15 e R$ 30.
Quem quiser se aprofundar em temas relacionados à culinária pode assistir às palestras no Espaço Conhecimento Senac. Para botar a mão na massa, é só participar das aulas comandadas por chefs no Espaço Interativo. Em ambas as atividades, o número de lugares é limitado, e as senhas serão distribuídas meia hora antes do início de cada aula.
A programação completa pode ser conferida no portal do Fartura.
Antes de voltar para casa, vale reservar um tempo para as compras. No Espaço Produtos e Produtores, estarão à venda iguarias de vários estados, algumas difíceis de ser encontradas em São Paulo.
O Festival Fartura - Comidas do Brasil está na estrada desde 2014 e já chegou a Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Porto Alegre, Belém, Tiradentes e Lisboa. Somadas, as edições recebem cerca de 100 mil pessoas ao longo do ano.
Segundo o empresário Rodrigo Ferraz, idealizador do Fartura, os festivais são a parte mais visível de um projeto muito maior, que começa bem antes da abertura dos portões.
"Eles são a cereja do bolo, mas há muito trabalho duro para colocá-los de pé. Fazemos expedições contínuas pelo Brasil, mapeando profissionais e produtores para cada edição", afirma Ferraz.
A seleção fica a cargo da jornalista Luiza Fecarotta, curadora do evento e crítica da Folha. Ela e a equipe que registra as expedições já percorreram 70 mil quilômetros, visitaram mais de 200 cidades e entrevistaram 500 profissionais.
"Quando falamos sobre a origem do alimento, é porque fomos lá, pessoalmente, visitar o sujeito que faz aquela farinha especial no interior do Pará", exemplifica Luiza.
Todo o material coletado alimenta a Plataforma Fartura, que engloba uma série de livros (a quinta edição está prestes a ser lançada) e vídeos realizados durante as expedições, disponibilizados no portal farturabrasil.com.br e no canal do Youtube.
Há ainda um programa de rádio do projeto, veiculado pela CDLFM de Belo Horizonte, e o conteúdo -que inclui receitas- compartilhado pelas redes sociais.
"Mostrar a origem do prato é nosso DNA", resume Ferraz.
Neste ano, o festival paulistano terá mais uma novidade: um estúdio de TV, onde o público poderá ver de perto a gravação de entrevistas.
Pouca gente imagina o trabalho que dá realizar um evento do porte do Festival Fartura São Paulo. Em dois dias, serão consumidas em torno de dez toneladas de alimentos, o que exige uma infraestrutura de abastecimento complexa.
"A logística aérea e terrestre envolve os ingredientes que os chefs trazem de suas regiões e os itens frescos, que dependem de fornecimento local. Neste ano, teremos pela primeira vez uma horta hidropônica para abastecer nossa cozinha de produção dos cursos", anuncia Ferraz.
Cuidados constantes para aprimorar o fluxo de visitantes também fazem parte da pauta. A área destinada a idosos e gestantes, por exemplo, foi ampliada e será cercada pela primeira vez.
Também foi criado um novo espaço para piqueniques, próximo à área infantil, onde as famílias poderão degustar os pratos do festival sentadas no chão, sobre toalhas fornecidas pela organização.
Tudo vai ser embalado por uma programação cultural variada-shows musicais para adultos e crianças, teatro de bonecos e números de ilusionismo vão se suceder ao longo dos dois dias.
"Nossa intenção é explorar a diversidade cultural de cada região. São artistas que representam o universo instrumental e cênico da cidade e seu entorno, e não possuem pares em outras propostas de festivais no país", diz a curadora cultural, Patrícia Tavares.