Na virada da década, o caderno ganhou seu único Prêmio Esso, sob a batuta do editor Mario César Carvalho. Tratou-se de uma série de reportagens de Cristina Grillo e Wilson Silveira, que vasculharam os recém-abertos arquivos da Censura Federal com cerca de 90 mil documentos.
Ao contrário do que esperavam, não encontraram apenas obras de artistas intelectualizados, mas muita coisa de cantores bregas e populares.
O jornal dos anos 1980 e 1990 tinha um enorme poder, muito maior que hoje. Sair em suas páginas podia determinar o sucesso de um evento ou obra.
Márion Strecker lembra que artistas e agitadores culturais descobriam o telefone de sua casa e ligavam no sábado ou domingo à noite para pedir espaço no caderno.
Já o editor Jorge Caldeira não resistiu à pressão em fins de 1991. Semanas após tomar posse, foi atrás da namorada em Nova York. Ele diz ter combinado previamente com Frias Filho, mas, como não voltava, recebeu um telefonema do chefe.
"Eu estava com dois ingressos na mão para ver o Pavarotti. Conversamos sobre a entrega necessária para ser editor da Ilustrada, e realmente eu não tinha esse engajamento", lembra Caldeira, hoje escritor. De comum acordo, entregou os pontos. Durou 40 dias no cargo.