O caso mais marcante da cultura em 1986 foi o do filme "Je Vous Salue, Marie", de Godard. A obra, rechaçada pela Igreja (o próprio papa João Paulo 2º se manifestou), conta a história de uma garota que engravida nos dias atuais sem ter feito sexo, como aconteceu com Maria, mãe de Jesus.
Em fevereiro de 1986, Sarney censurou o filme. A Ilustrada fez uma série de matérias e chegou a exibir a obra em videocassete no auditório do jornal. Só depois questionou juristas, em uma reportagem, se o que havia feito era contra a lei.
O jornal também reproduziu o roteiro da obra. Em 1º de março, o auge da provocação: em uma página dupla, publicou uma fotonovela com fotos contando a história tim-tim por tim-tim.
A cultura estava com tudo. Um mês depois, o Estado de S. Paulo finalmente começou a publicar seu Caderno 2.
O lançamento, inclusive, foi noticiado pela Ilustrada em uma capa clássica, na qual o logotipo do caderno mimetizava o da Coca-Cola, brincando com o fato de que o rival era a cópia, como costuma ser lembrada a Pepsi.