Aos 25 anos, Mallu Magalhães afirma que apoiar o movimento feminino é rever seu papel nas suas relações e gerir uma maternidade justa. Para ela, as mulheres ainda são pouco representativas e bastante subvalorizadas.

Com 11 anos de carreira, a cantora diz que tem notado diferenças no papel da mulher no cenário musical, como a presença mais marcantes de musicistas, técnicas de som e de palco. Ela recorda que isso era coisa rara de se ver quando começou a dar os seus primeiros acordes.

"Tenho notado com bastante intensidade a quantidade de projetos para os quais sou convidada e me envolvo nos feitos apenas por mulheres. É motivo de orgulho que as ideias feministas sejam colocadas em prática".

Mallu Magalhães é uma das 12 personalidades entrevistadas pelo F5, site de entretenimento da Folha, na semana do Dia Internacional da Mulher.

Descrita pelo jornal "The New York Times" como encantadora, em 2013, ao lançar seu primeiro disco nos Estados Unidos, "Highly Sensitive", Mallu Magalhães afirma que apoiar o movimento feminino é praticar o movimento feminino.

"É pensar quantas mulheres você tem no seu grupo de trabalho ou equipe, é rever seu papel nas suas relações, é estar atenta às lutas e às necessidades das mulheres desfavorecidas e é gerir uma maternidade justa."

Mallu surgiu aos 15 anos, quando gravou músicas e as publicou em seu perfil no MySpace, a rede social musical. Em busca de novas ares, a cantora se mudou para Portugal com o marido, o vocalista da banda de rock alternativo Los Hermanos, Marcelo Camelo. Lá tiveram Luisa, de dois anos.

Diz que a perspectiva positiva da maternidade é a relação que estabelece com as mulheres de sua família. "Minha mãe sempre nos ensinou a seguir nossos sonhos, ela sempre foi uma mulher tão linda quanto verdadeira. As mulheres da minha família se complementam e conto sempre com elas."

	Gonçalo F. Santos/Divulgação
	A cantora Mallu Magalhães, em São Paulo; clique para ver mais fotos

Além delas, a inspiração para sua vida também vem da atriz Leila Diniz (1945-1972), pioneira da liberdade sexual no Brasil. "Ela tem aquela luz, aquela melancolia e felicidade ao mesmo tempo, tão livre e confiante, mas ao mesmo tempo com aquela doçura."

Para as suas canções, Mallu Magalhães diz que sua musa é Nina Simone (1933-2003) e guarda na memória o dia em que viu um vídeo da pianista cantando pela primeira vez. "Fiquei arrepiada, como podia aquela força e feminilidade ao mesmo tempo, tudo junto, tão linda e grandiosa."

A cantora afirma que ser mulher é viver situações exclusivas, como os dois lados da moeda de uma gravidez. "O aspecto da fertilidade e seus desdobramentos contém, em si, um lado lindo e um lado bastante desgastante."

	Greg Salibian/Folhapress
	A cantora Mallu Magalhães no camarim de seu show no Tom Brasil; clique para ver mais fotos