Sua origem remonta a 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres, em Copenhague (Dinamarca). A data foi proposta em homenagem a 129 operárias de uma indústria têxtil de Nova York (EUA), mortas em 1857, durante uma greve por melhores salários, redução da jornada de trabalho e o direito à licença-maternidade.
Mais de 150 anos depois, as diferenças são menores, mas persistem. Dados de 2016 do Ministério do Trabalho apontam que trabalhadoras brasileiras receberam o equivalente a 84% do salário dos homens no Brasil, em média. O salário médio dos homens foi de R$ 2.886,24 naquele ano, e o das mulheres, de R$ 2.427,14. Considerando a remuneração de todo o ano passado e do 13º salário, as mulheres receberam, em média, R$ 6.000 a menos que os homens.
Essa é uma realidade mundial. O mais recente relatório Global Gender Gap, do Fórum Econômico Mundial, aponta uma diferença de 32% no indicador de igualdade de gêneros entre homens e mulheres em quesitos como educação, participação política e oportunidades econômicas. O Brasil ficou em 90º no ranking de 144 países divulgado em 2017.
Outra questão que ganhou voz nos últimos meses foi a luta das mulheres contra o assédio sexual. O tema marcou o tapete vermelho e a cerimônia do Oscar, realizado em 4 de março, com artistas defendendo a campanha "Time's Up" (o tempo acabou) para combater o assédio sexual em Hollywood e no ambiente do trabalho.
Ela surgiu após uma onda de denúncias feitas por celebridades de assédio ou estupro contra o magnata do cinema Harvey Weinstein, no fim de 2017. Nomes como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Uma Thurman engrossaram o caldo de acusações que culminaram com a demissão do empresário de sua própria empresa.
No Brasil, um juiz libertou um homem que havia masturbado e ejaculado em uma passageira de um ônibus em São Paulo, em agosto de 2017. Na ocasião, ele afirmou que não houve constrangimento. Após o fato, famosas recorreram às redes sociais com a hashtag #mexeucomumamexeucomtodas contra a decisão do magistrado.
Nesse cenário, o F5 convidou 12 personalidades brasileiras para refletirem sobre o Dia Internacional da Mulher e quais os desafios que o sexo feminino ainda enfrenta.
Participaram as atrizes Laura Cardoso, Cleo e Larissa Manoela; as cantoras Tiê, Mallu Magalhães, Iza e Luiza Possi; as apresentadoras Patrícia Abravanel e Eliana; a ex-modelo Luiza Brunet, a sexóloga Laura Müller e a psicanalista Regina Navarro Lins. A série de entrevistas será publicada de terça a domingo, sempre duas por dia.