"Ser mulher, no Brasil, é ser sobrevivente". É assim que Isabela Lima, conhecida como IZA, vê sua experiência como artista, negra e feminista.
Aos 27 anos, a cantora vê em sua mãe, Isabel Cristina Lima, a figura feminina mais inspiradora. Ela quem a ensinou a ser persistente e lhe mostrou que seu lugar é onde ela quisesse estar.
"As mulheres da minha vida me ensinaram que vulnerabilidade e a generosidade feminina são coisas mágicas, que podem mover o mundo e que só a gente tem."
IZA é uma das 12 personalidades entrevistadas pelo F5, site de entretenimento da Folha, na semana do Dia Internacional da Mulher.
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A cantora Iza Divulgação
Nascida em Olaria, zona norte do Rio, para onde retornou aos 12 anos, IZA começou a carreira de cantora quando criança, no coral da igreja. Ela passou a infância em Natal, no Rio Grande do Norte, por causa do trabalho do pai, primeiro oficial de náutica da Marinha Mercante.
Filha de uma professora de música e artes, IZA cresceu em uma família de classe média que apreciava a música. Estudou em escolas particulares, nas quais a mãe lecionava, e formou-se em publicidade na PUC-Rio, mas abandonou a área para seguir carreira musical.
O empoderamento –como mulher e negra– ela só encontrou aos 17 anos, após uma tarde em que passou chorando na frente do espelho. Agora, IZA fala sobre esse e outros temas libertários em suas composições.
Dona dos hits "Pesadão", lançado em parceria com Marcelo Falcão no ano passado, e "Te Pegar", a cantora tem conquistado seu espaço na música brasileira. "Ser mulher na indústria faz com que você seja alvo de eternas comparações e isso pode nos prejudicar um pouco."
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Sua inspiração também vem de outras artistas, como as atrizes Taís Araújo, Aisha Jambo e Isabel Fillardis por serem negras e por quebrarem barreiras a todo momento.
Diz ser feminista e ter uma postura combativa e ao lutar por um patamar de igualdade de gênero que ainda parece distante. "A nossa independência ainda está atrelada a existência do outro, nesse caso, o homem."
Para IZA, o Dia Internacional da Mulher é importante para que as mulheres tenham uma data para celebrar e relembrar toda a luta e o movimento feminino e todas as suas mazelas. "Quantas de nós partimos em luta para que, hoje, eu possa ter o direito de votar e trabalhar?"
O mais singular em si, diz IZA, é a sua voz. Por isso, ela a ama tanto, além de ser seu instrumento de trabalho. Essa autoconfiança e amor próprio também são vistos nas fotos e relatos que a cantora propaga em suas redes sociais. "Meu corpo é meu templo. Fico muito feliz por estar satisfeita e me preocupar por dentro e por fora com ele. De saber que estou incentivando outras mulheres a se amarem também."
Bruno Santos/Folhapress | ||
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