Não foram só os equipamentos, os jogadores e os negócios que passaram por transformações ao longo das Copas. Os sistemas táticos também foram aprimorados e ajudaram técnicos na formação de equipes vitoriosas.
Craques decidem Mundiais, mas na história do maior torneio de futebol, conjuntos bem organizados superaram adversários mais talentosos, como mostra o colunista da Folha Paulo Vinícius Coelho, o PVC, no infográfico abaixo.
A seleção da Alemanha é um exemplo disso. Na primeira conquista alemã, em 1954, a equipe jogava no WM. Os três zagueiros e a marcação homem a homem pararam a seleção húngara de Puskás, sensação do Mundial.
Apesar do sucesso tardio em Copas, o WM é considerado a primeira evolução tática do futebol, que antes era jogado com cinco atacantes.
Os sistemas táticos também foram importantes para transformar elencos talentosos em verdadeiras máquinas de ganhar campeonatos.
Na formação 4-2-4 do técnico Vicente Feola, o Brasil de Pelé, Didi e Garrincha conquistou a Copa de 1958, na Suécia. Já no Mundial seguinte, no Chile, a seleção brasileira inovou mais uma vez, e Zagallo era a peça chave.
Com Aymoré Moreira no comando, o jogador atuou como terceiro homem de meio de campo, com trocas constantes de posição que davam liberdade a Pelé (depois Amarildo) no primeiro esboço de 4-3-3 campeão do mundo.
O 3-5-2, com um meio-campo povoado, foi uma inovação tática vitoriosa em Mundiais.
Com ele, a Itália parou o talentoso Brasil de 1982, a Argentina deu liberdade a Maradona quatros anos depois e a Alemanha de Matthaus levou o tri em 1990. O Brasil de 2002 ganhou assim também, mas era mais versátil.
Nas últimas duas Copas, Espanha (4-2-3-1) e Alemanha (4-1-4-1) mostraram a importância de se ter equipes com linhas compactas e que marcam o adversário muitas vezes pressionando a saída de bola.
Os sistemas viraram referência para clubes e seleções de todo o mundo. O Brasil de Tite no 4-1-4-1 é um exemplo.