Camisa usada por Pelé na Copa do Mundo de 1970

Camisa usada por Pelé na Copa do Mundo de 1970 Adriano Vizoni/Folhapress

Evolução do Futebol

Capítulo 4
Táticas

Mudanças táticas definiram times vencedores

Formações também possibilitaram equipes organizadas, de menor recurso técnico, conquistarem a Copa do Mundo

São Paulo

Não foram só os equipamentos, os jogadores e os negócios que passaram por transformações ao longo das Copas. Os sistemas táticos também foram aprimorados e ajudaram técnicos na formação de equipes vitoriosas.

Craques decidem Mundiais, mas na história do maior torneio de futebol, conjuntos bem organizados superaram adversários mais talentosos, como mostra o colunista da Folha Paulo Vinícius Coelho, o PVC, no infográfico abaixo.

A seleção da Alemanha é um exemplo disso. Na primeira conquista alemã, em 1954, a equipe jogava no WM. Os três zagueiros e a marcação homem a homem pararam a seleção húngara de Puskás, sensação do Mundial.

Seleção italiana, que jogava no 2-3-5, posa para a foto do título mundial de 1938, conquistado na França
Seleção italiana, que jogava no 2-3-5, posa para a foto do título mundial de 1938, conquistado na França - Reprodução

Apesar do sucesso tardio em Copas, o WM é considerado a primeira evolução tática do futebol, que antes era jogado com cinco atacantes.

Os sistemas táticos também foram importantes para transformar elencos talentosos em verdadeiras máquinas de ganhar campeonatos.

Na formação 4-2-4 do técnico Vicente Feola, o Brasil de Pelé, Didi e Garrincha conquistou a Copa de 1958, na Suécia. Já no Mundial seguinte, no Chile, a seleção brasileira inovou mais uma vez, e Zagallo era a peça chave.

Com Aymoré Moreira no comando, o jogador atuou como terceiro homem de meio de campo, com trocas constantes de posição que davam liberdade a Pelé (depois Amarildo) no primeiro esboço de 4-3-3 campeão do mundo.

Cafu, capitão da seleção brasileira, levanta a taça do penta em 2002
Cafu, capitão da seleção brasileira, levanta a taça do penta em 2002 - Juca Varella - 30.jun.02/Folhapress

O 3-5-2, com um meio-campo povoado, foi uma inovação tática vitoriosa em Mundiais.

Com ele, a Itália parou o talentoso Brasil de 1982, a Argentina deu liberdade a Maradona quatros anos depois e a Alemanha de Matthaus levou o tri em 1990. O Brasil de 2002 ganhou assim também, mas era mais versátil.

Nas últimas duas Copas, Espanha (4-2-3-1) e Alemanha (4-1-4-1) mostraram a importância de se ter equipes com linhas compactas e que marcam o adversário muitas vezes pressionando a saída de bola.

Os sistemas viraram referência para clubes e seleções de todo o mundo. O Brasil de Tite no 4-1-4-1 é um exemplo.