Da esquerda para a direita: a estudante de sistemas da informação Vitória Fernandez confia no futuro; o pedreiro José Hortêncio vive de bicos esporádicos há mais de três anos; "nunca fui muito dada a bater cartão", diz a pesquisadora Plicila Ferreira; para Tarci Silva, o cobrador faz muito mais do que lidar com dinheiro.

Da esquerda para a direita: a estudante de sistemas da informação Vitória Fernandez confia no futuro; o pedreiro José Hortêncio vive de bicos esporádicos há mais de três anos; "nunca fui muito dada a bater cartão", diz a pesquisadora Plicila Ferreira; para Tarci Silva, o cobrador faz muito mais do que lidar com dinheiro. Fotos: Bob Wolfenson/Folhapress

E agora, Brasil? - Mercado de Trabalho

Um diagnóstico do mercado de trabalho no Brasil, os problemas e as propostas vindas de pesquisas, dados nacionais e internacionais e análises

Capítulo 1
Introdução

Retomada lenta expõe marcas da crise e desafios para recuperação do emprego

Muitos trabalhadores saíram da recessão despreparados para lidar com as transformações em curso no mercado, mas investimentos em educação e mudanças na rede de proteção social podem ajudá-los

A economia brasileira deixou a recessão para trás, mas a lenta retomada da atividade mostra que as consequências da crise são profundas e as dificuldades para a recuperação do mercado de trabalho, imensas.

Com mais de 13 milhões de pessoas à procura de trabalho, a taxa de desemprego no país alcançou 12,9% no trimestre encerrado em abril. Ficou abaixo do recorde de 13,7% de março de 2017, mas ainda é o dobro da taxa registrada no fim de 2014, o primeiro ano da recessão encerrada em 2016.

Trabalhadores jovens e com menos escolaridade continuam com dificuldades para achar ocupação. Novas vagas têm aparecido para quem aceita trabalhar sem registro em carteira, ou para os que se arriscam a abrir um negócio por conta própria.

Grande parte da força de trabalho saiu da crise despreparada para lidar com as transformações nas empresas, que tentam acompanhar o progresso tecnológico e buscam novas habilidades profissionais no mercado para se tornarem mais produtivas e competitivas.

Há muito que pode ser feito, sugerem os especialistas. Investimentos em educação e treinamento aumentariam as chances dos trabalhadores no mercado, por exemplo. Mudanças no desenho da rede de proteção social ajudariam a amparar os que ficam para trás.