A economia brasileira deixou a recessão para trás, mas a lenta retomada da atividade mostra que as consequências da crise são profundas e as dificuldades para a recuperação do mercado de trabalho, imensas.
Com mais de 13 milhões de pessoas à procura de trabalho, a taxa de desemprego no país alcançou 12,9% no trimestre encerrado em abril. Ficou abaixo do recorde de 13,7% de março de 2017, mas ainda é o dobro da taxa registrada no fim de 2014, o primeiro ano da recessão encerrada em 2016.
Trabalhadores jovens e com menos escolaridade continuam com dificuldades para achar ocupação. Novas vagas têm aparecido para quem aceita trabalhar sem registro em carteira, ou para os que se arriscam a abrir um negócio por conta própria.
Grande parte da força de trabalho saiu da crise despreparada para lidar com as transformações nas empresas, que tentam acompanhar o progresso tecnológico e buscam novas habilidades profissionais no mercado para se tornarem mais produtivas e competitivas.
Há muito que pode ser feito, sugerem os especialistas. Investimentos em educação e treinamento aumentariam as chances dos trabalhadores no mercado, por exemplo. Mudanças no desenho da rede de proteção social ajudariam a amparar os que ficam para trás.