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MST e MTST são 'terroristas', diz Flávio Rocha, pré-candidato do PRB

Ele diz não ser politicamente correto e defende população armada e redução da maioridade penal

Flavio Rocha durante entrevista à Folha, na Redação do jornal, em São Paulo

Flavio Rocha durante entrevista à Folha, na Redação do jornal, em São Paulo

Fernando Canzian Anna Virginia Balloussier
São Paulo

Flávio Rocha, 60, pré-candidato do PRB à Presidência, diz não ser "politicamente correto" e por isso não tem medo de defender o direito de a população se armar e a redução da maioridade penal.

Em entrevista à TV Folha, ele chama de "terroristas" movimentos como o MST (Movimento Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

CEO do grupo Guararapes, dono da Riachuelo, Rocha se diz liberal na economia, "um guardião da competitividade". "Mas em contraposição a esse ciclo que queremos deixar para trás, que é o da inversão de valores."

DISCURSO
Há muitos candidatos que ficam confinados nos temas econômicos, falando em eficiência do Estado e privatização. Não é isso o que vai mexer com o coração do eleitor, que está particularmente angustiado com temas que dizem respeito a valores, como corrupção e criminalidade.

Apesar de o centro estar congestionado, existe espaço para um candidato que possa ser um guardião da competitividade, mas que tenha coerência na questão dos valores, em contraposição a esse ciclo que nós queremos deixar para trás, que é o da inversão de valores.

SEGURANÇA
Na segurança existe um temor paranoico da classe política do politicamente correto, e por isso temas como redução da maioridade penal ficam praticamente órfãos.

Acreditar que a criminalidade se deve à desigualdade e à pobreza é uma injustiça com os mais pobres, tendo em vista que a imensa maioria dos mais pobres é vitima da desigualdade e não é feita de criminosos.

Nossa crença tem a ver com a crença da economia. Se a riqueza é mérito individual, a culpa não deve ser socializada. Pois se a culpa é de todos, ela não é de ninguém.

O criminoso é um indivíduo que tomou a decisão solitária de puxar o gatilho. Acreditar diferente é um caminho para a impunidade.

Não sou a favor da pena de morte porque o único que pode tirar uma vida é Deus. Com relação ao desarmamento, sou contra o monopólio da força pelo Estado.

RELIGIÃO
Eu sou cristão, mas uma candidatura presidencial tem de ir muito além. Veja que há até um preconceito com a religião evangélica. Os evangélicos representam 30% da população e têm todo o direito de se manifestar, até porque os valores que eles emanam são do bem e compatíveis com minha candidatura.

MBL
Eu fui o primeiro empresário a ousar sair da moita e defender o impeachment [de Dilma], pois já considerava a situação insustentável. Os meninos do MBL (Movimento Brasil Livre) me procuraram cumprimentando.

A partir daí passei a conviver e confesso que me encanto com a maturidade intelectual daqueles meninos. E eles realmente começaram a entrar em redutos de hegemonia cultural de esquerda, e conseguiram abrir um debate e um contraponto.

São liberais e defendem uma agenda com coerência. Nunca vi o MBL titubear ou trair o seu ideário. Tenho aprendido muito com eles.

TERRORISTAS
O MST é um grupo terrorista. Tivemos uma fábrica invadida há duas semanas por 800 membros do MST. Você vê a violência que existe nesses ataques, e isso precisa ser criminalizado. A lei não pode tratar com essa benevolência esses grupos terroristas.

[Sobre o MTST] Acho que é terrorismo interromper uma rua, interditar uma marginal em um dia de trabalho. Está na hora de darmos um basta nas ações desses grupos.

ECONOMIA
Quero ser o guardião da competitividade. Estamos em 153º como país mais hostil ao investimento e isso gera 14 milhões de desempregos.

Há uma burocracia que se reveste de bandeiras nobres, mas que tem tarefas ideológicas. Em nome do trabalhador se comete maldades inomináveis contra o próprio trabalhador.