Dia Internacional da Mulher

Doze personalidades femininas refletem sobre as conquistas e os desafios de ser mulher

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Eliana

Eliana diz que mulheres começam sempre três passos atrás dos homens

Para apresentadora, mulher precisa provar competência muito mais do que os homens

Sarah Mota Resende
São Paulo

Com quase 30 anos de carreira na televisão, a apresentadora Eliana afirma que as mulheres começam sempre três passos atrás dos homens, mesmo tendo a mesma qualificação, em quase todas as áreas profissionais.

"Ser mulher é começar sempre três ou quatro passos atrás dos homens com a mesma qualificação, em quase todas as áreas profissionais. É também receber olhares que te objetificam antes mesmo que se possa expor um raciocínio. Estamos mudando isso. Aos poucos."

Eliana é uma das 12 personalidades entrevistadas pelo F5, site de entretenimento da Folha, na semana do Dia Internacional da Mulher.

A apresentadora Eliana

A apresentadora Eliana Danilo Borges/Folhapress

Hoje, aos 44 anos, afirma que a maturidade e a consciência de que a busca por um padrão de beleza só causa sofrimento a fez ficar mais em paz com o próprio corpo. "Estou feliz com o que vejo no espelho. Meu corpo conta as histórias mais bonitas da minha vida."

Para a artista, a maternidade é a melhor parte de ser mulher. "Se os homens derem mais importância para o nobre papel de pai, eles irão saber melhor do que estou falando". Já a pior, opina, é lidar com situações em que é preciso provar competência apenas por ser mulher.

Casada com o diretor de TV Adriano Ricco, Eliana deu à luz Manuela, sua segunda filha, que nasceu em setembro de 2017. A apresentadora teve uma gravidez de risco devido ao descolamento de placenta, o que a obrigou a ficar em casa, de repouso absoluto, durante quase metade da gestação. Ela também é mãe de Arthur, 6, fruto de seu relacionamento com o produtor João Marcelo Bôscoli.

Marcelo Justo/Folhapress
A apresentadora Eliana; clique para ver mais fotos
A apresentadora Eliana; clique para ver mais fotos

Apesar dos desafios, Eliana nunca considerou uma desvantagem ser mulher. "Sempre vi, e continuo vendo, os desafios, as oportunidades, como algo a ser encarado com todas as forças. Como eu fico satisfeita em ter a força no trabalho, dar conta dos filhos e ainda ser feminina. Nós, mulheres, deixamos de ser donas de casa para sermos donas da casa."

Se é feminista? "Se isso é buscar ser vista de forma igual, sem querer ser mais nem menos, apenas igual, então eu sou", responde.

Eliana fez seu primeiro comercial para TV aos 13 anos. Na mesma época, integrou o grupo musical feminino A Patotinha e, posteriormente, o Banana Split. Mas a apresentadora despontou para a fama mesmo quando, em 1993, aos 19 anos, cantarolou os versos "Polegares, polegares, onde estão?".

A melodia infantil acompanhava uma coreografia com os dedos. Na época, estreava o Bom Dia & Cia, no SBT. Era o começo de uma carreira de apresentadora que segue até os dias atuais, mesmo que para outro público –agora adulto.

Letícia Moreira/Folhapress
A apresentadora Eliana posa para foto em seu camarim nos estúdios do SBT, em São Paulo; clique para ver mais fotos
A apresentadora Eliana posa para foto em seu camarim nos estúdios do SBT, em São Paulo; clique para ver mais fotos

"Há 12 anos, quando deixei de ser apresentadora infantil para comandar um programa de auditório aos domingos, o horário mais concorrido da TV brasileira, me deparei com um cenário que diz muito sobre nossa história. Até aquele momento, só homens, os grandes nomes da TV, tinham espaço aos domingos."

Para a apresentadora, liberdade sexual é não ser julgada pelas roupas que usa. E diz que a sensualidade vem quando sente que encanta mais pelo intelecto e pela atitude do que pelo decote.