Dia Internacional da Mulher

Doze personalidades femininas refletem sobre as conquistas e os desafios de ser mulher

Capítulo 5
Cleo

Mulheres precisam se livrar da opressão, afirma Cleo

'Cavalheirismo nos ofende quando é usado como desculpa para nos diminuir'

Sidney Gonçalves do Carmo
São Paulo

Filha de Gloria Pires e Fábio Jr., Cleo abandonou o sobrenome da mãe e assumiu o codinome Jungle Kid (criança selvagem) nas redes sociais. A mudança remete à força com que, mesmo sob críticas, defende opiniões em redes sociais, e ao novo projeto de se lançar como cantora.

Ela afirma que o melhor momento da vida como mulher é descobrir que você pode tudo e que sua liberdade é só sua e que a vida não pode ser pautada pelas regras impostas pela sociedade.

"A melhor coisa é ter a possibilidade de sermos várias: a mulher fatal, a mulher meiga e doce, forte e frágil... A pior é sofrer com o machismo, é estar mais vulnerável à violência só por ser mulher."

Cleo é uma das 12 personalidades entrevistadas pelo F5, site de entretenimento da Folha, na semana do Dia Internacional da Mulher.

A atriz Cleo

A atriz Cleo Bispo

Após o frisson que causou com os seios à mostra no Carnaval, ela se isolou depois do Carnaval para se dedicar à finalização de seu primeiro EP, que deve sair neste ano.

A futura cantora se define como feminista porque ainda há não igualdade de gênero. "Buscamos a igualdade de oportunidades e o direito de nos vestirmos e agirmos como quisermos. E isso não significa estar contra os homens, mas querer igualdade. E se você pensa e vê diferente, você está contaminado com o discurso e a cultura patriarcais."

Para ela, as mulheres no Brasil são vítimas de duros julgamentos morais alheios.

"Ser mulher é usar o que quer e ser julgada, é falar o que quer e ser julgada, é tomar domínio do corpo e ser julgada. E se os outros te objetificarem, tudo bem. É receber cantadas desagradáveis e não poder reclamar. É não ser levada a sério em reuniões de trabalho, é ter salário menor, entre tantas outras coisas."

Reprodução/Instagram/cleo
Cleo Pires aparece com um dos seios à mostra; clique para ver mais fotos
Cleo Pires aparece com um dos seios à mostra; clique para ver mais fotos

Ela afirma não ser contra o cavalheirismo, alvo de parte do feminismo, mas sim contra assédios e abusos. "Ele por si só não nos ofende, o que ofende são as pessoas que o usam como desculpa para nos importunar e nos diminuir."

Fora das telinhas desde o fim de 2016, Cleo foi escalada como vilã da próxima novela das sete, "O Tempo Não Para", de Mário Teixeira. O folhetim retratará uma família que estava congelada desde o século 19 e só acordará agora.

Para a atriz, o Dia Internacional da Mulher serve para lembrar a importância da luta pela igualdade e liberdade. Para ela, a data não é apenas para ganhar flores. "Conquistamos muitas coisas, mas há ainda um longo caminho pela frente. Os cuidados com o outro, especificamente as outras, deve ser todo dia."

Marcus Leoni/Folhapress
A atriz Cleo; clique para ver mais fotos
A atriz Cleo; clique para ver mais fotos

Das relações que teve com mulheres de outras gerações, ela fala que o principal ensinamento das avós Odícia e Elza foi o de não ter medo de expressar as suas opiniões.

"Um dos maiores desafios que as mulheres enfrentarão neste século será a resistência de uma parte da sociedade em entender que algumas ações não serão mais toleradas."

Daniel Aratangy/Revista Cosmopolitan
A atriz Cleo; clique para ver mais fotos
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