20 anos da Internet

Foha Web - 20 anos de Internet

20 ANOS DE INTERNET.BR

Quer saber mais sobre os 20 anos da internet? Já que você está acessando o site da Folha pelo celular, ligue antes para o número (11) 3224-3917 e conheça o serviço que, 55 anos antes do Google, já ajudava as pessoas a saber quanto tempo dura a vida de uma pulga.

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20 anos da Internet

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Bem-vindo a 1º de maio de 1995. Você não entrou no Facebook nem viu mensagens no WhatsApp ou tirou dúvidas no Google. Nada disso é possível, já que esses serviços só serão lançados ao longo dos próximos 20 anos. Mas já dá para, ao menos, acessar a internet e mandar um e-mail.

Naquele dia, começou a ser oferecida no Brasil a conexão comercial à rede mundial de computadores, abrindo para pessoas comuns as possibilidades já disponíveis para acadêmicos e pesquisadores.

Nesta página, com formato inspirado no desenho do site que a Folha viria a lançar dois meses depois, em julho de 1995, você vai conhecer os pioneiros da rede no Brasil e saber como os internautas mudaram nessas duas décadas.

O INÍCIO

Do dial-up ao 4G

REGISTRO - Editorial publicado pela Folha no dia 1º de maio de 1995

YURI GONZAGA
DE SÃO PAULO

Antes de existir internet, existia o silêncio.

Essa adaptação dos versos da canção de Arnaldo Antunes é verdadeira em muitas das frentes mais importantes da nossa comunicação hoje, tanto on-line quanto off-line.

Não se ouviu falar em WhatsApp antes de 2009, de Facebook antes de 2004 e de Google antes de 1998.

E nesta sexta-feira (1º), faz exatos 20 anos que uma conexão à rede mundial de computadores –bem vagarosa, vale dizer– foi oferecida comercialmente pela primeira vez no Brasil."Depois de muita polêmica com o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Embratel inaugura hoje o acesso comercial à internet, maior rede de comunicações por computador do mundo", informava reportagem da Folha naquele dia.

À época, 250 consumidores foram selecionados entre cerca de 15 mil candidatos pela Embratel para testar a tecnologia. Hoje, há mais de 100 milhões de usuários, segundo as estatísticas mais conservadoras.Em 9 de julho de 1995, dois meses depois da chegada da internet brasileira ao público em geral, a Folha pôs on-line suas primeiras notícias, em uma parceria da Agência Folha com a Redação do jornal impresso intitulada a princípio Folha Web.

ESTRUTURA

A internet já havia sido experimentada dentro da comunidade acadêmica e também entre funcionários de alguns órgãos do governo. Outras tecnologias de comunicação entre computadores, como a Bitnet, também haviam sido experimentadas. "O problema da internet em relação às outras é que é uma rede interativa", diz Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) e membro do CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil), este o órgão responsável pelo registro de websites que terminam em ".br" que foi fundado também em maio daquele ano.

O problema, explica, é que a característica velocidade dessa tecnologia gerava demanda superior à então comportada pelos fios telefônicos de cobre.

"Então houve uma corrida para expandir as linhas, e isso era antes da web [um dos protocolos de troca de dados da internet, que é usado pelos sites e navegadores]. Quando apareceu a web, então, falaram 'agora é que vai atolar de vez'."

LENTIDÃO

O limite das conexões discadas, também conhecidas pelo seu nome em inglês, dial-up, era de 56 kbps, suficiente para baixar uma imagem de 100 kbytes em 14 segundos; uma canção de 5 Mbytes em 12 minutos; e um filme de 700 Mbytes em um dia e quatro horas. Pagando por minuto.

"Você entrava num site e um banner [anúncio superior] começava a carregar. Dava tempo de ir tomar banho, pegar um café, voltar e ainda não tinha aparecido", lembra Getschko, pouco saudoso. Houve gargalos –e pode-se argumentar que ainda há–, mas também vieram investimentos, a fibra ótica, a exploração econômica da rede, a telefonia móvel.

Muitos fatores conspiraram para que o Brasil se tornasse um país de conectados –não completamente, e muito menos livre de problemas nesse processo. A conexão média no Brasil hoje é de 3 Mbps, segundo o relatório do último trimestre do ano passado da Akamai, o mais completo sobre infraestrutura de internet global. Essa velocidade é 54 vezes superior à máxima de 1995, mas só suficiente para deixar o país na 89ª colocação no ranking das redes mais velozes.

O padrão 4G, que chega a velocidades centenas de vezes superiores às da conexão discada e maiores até que a banda larga residencial, só que sem usar cabos, já é representativo no país, com 7,8 milhões de linhas ativas em janeiro último, segundo a Anatel –mas só 2,8% do total.

Este especial on-line conta capítulos dessa tortuosa narrativa e a trajetória de alguns dos principais personagens dos primórdios da internet brasileira. Continue conectado.

Você entrava num site e um banner começava a carregar. Dava tempo de ir tomar banho, pegar um café, voltar e ainda não tinha aparecido

Demi Getschko, membro do Comitê Gestor da Internet