Grife Anália Franco se espalha e valoriza bairros próximos
BÁRBARA LIBÓRIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Considerado a joia da zona leste, o Jardim Anália Franco, onde o preço do metro quadrado é comparável ao de outros bairros nobres, como Vila Olímpia e Itaim -cerca de R$ 14 mil-, deve vivenciar uma nova onda de valorização, mas dessa vez no seu entorno.
Isso porque não há mais espaço no miolo do bairro. "A região do Jardim Anália Franco não é muito grande. As pessoas se concentraram no coração do bairro, e os terrenos foram ficando cada vez mais escassos", afirma Rafael Fiorotto, coordenador de Produtos da Trisul.
A incorporadora lançou, em maio de 2012, seu primeiro empreendimento na região: o Space Anália Franco, na rua Mossamedes. O prédio tem apartamentos de quatro dormitórios e área de 117 m² (o valor médio é de R$984.5 mil, segundo a Geoimovel).
Além da limitação física, Fiorotto enxerga influência do novo Plano Diretor na elevação dos preços. "É uma região em que não é prevista a construção de torres altas, e esse é o perfil procurado pelo comprador. Vai ficar difícil viabilizar negócios de alto padrão", afirma.
Com isso, diz, o entorno do bairro "tira vantagem de sua localização". "Como é muito difícil ter lançamento no miolo, as regiões próximas imediatamente se valorizam."
Ze Carlos Barretta/Folhapress | ||
Hall de entrada do edifício Anália Park |
Isso já aconteceu em outras áreas da cidade, segundo Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. "Os Jardins, por exemplo, já ultrapassou a avenida Rebouças. É normal que isso aconteça com o Jardim Anália Franco, que hoje está entre os cinco primeiros locais onde as pessoas gostariam de morar na capital", explica.
Um dos motivos para o interesse pela região é a oferta, farta e sofisticada, de comércios e serviços, incluindo escolas, hospitais, restaurantes e, claro, o shopping que leva o nome do bairro.
"A região preserva características de um típico bairro residencial e atrai cada vez mais paulistanos que buscam qualidade de vida e conforto", diz André Rezende, diretor de Incorporação da Porte Engenharia e Urbanismo.
HISTÓRIA
Rigorosamente, o Jardim Anália Franco não é um bairro, e sim uma parte da Vila Formosa. Tudo começou nos anos 1960, tendo como ponto de partida um loteamento pertencente a uma associação beneficente que carregava o nome da filantropa Anália Franco Bastos.
Desde então, o cenário mudou, e muito. Quando o aposentado Antônio Regina, 81, chegou à Vila Formosa, há 25 anos, o clima era de interior. O principal mercado era o municipal, ponto de encontro de uma vizinhança em que todo mundo se conhecia.