Antes da aula

Rosely Sayão: a melhor escola é a possível

Já foi tão mais fácil escolher a escola para os filhos, não é verdade?

A proximidade de casa era um fator importante; algumas famílias procuravam uma escola confessional, por conta da religião praticada pelo grupo; e havia também quem procurasse uma educação específica de algum país -escola inglesa, americana etc.-, por razões de tradição familiar ou de perspectiva de futuro.

Quase ninguém considerava método de ensino aplicado, porque esse era um conhecimento profissional bem específico e porque quase todas as escolas funcionavam de maneira idêntica.

Hoje é bem diferente: pais procuram escolas para seu filho considerando rankings, possibilidades que a escola tem de fornecer maiores oportunidades para o futuro, métodos pedagógicos! Conheço pais que são capazes de falar de vários métodos que podem ser praticados por escolas melhor do que muitos profissionais da área educacional.

Dá para os pais escolherem alguns critérios que os ajudem a fazer a melhor escolha possível para seu filho que está perto de iniciar a vida escolar no ensino fundamental? Não é grande o número de pais que podem fazer essa escolha porque apenas uma minoria pode arcar com os custos -financeiros e práticos- de colocar o filho em uma determinada escola que atenda a muitos de seus critérios.

Por isso, o primeiro passo é conseguir diferenciar a "melhor escolha" da "melhor escolha possível".

Criança pequena não merece passar muito tempo em um automóvel no trajeto de casa para a escola e vice-versa. É preciso considerar essa questão com carinho: ao sair da escola, a criança sente necessidade de chegar em seu ambiente o mais rapidamente possível.

E quanto ao método de alfabetização e as disciplinas curriculares? Mais importante do que isso é a maneira com que os mestres conseguem se vincular aos alunos dessa idade: nessa fase, a criança pode aprender a ter gosto no aprendizado escolar -ou desgosto. E mais importantes do que o método utilizado são a segurança e o conhecimento de quem o aplica.

O futuro não deve ser considerado nesse momento. Escolher a escola considerando a criança em seu presente é muito melhor para ela. Mas e o futuro? Irá chegar, quando for a hora.

Por fim, a equação "quanto menor a criança, menor a escola" costuma funcionar muito bem para a criança, porque é aos poucos que ela, na convivência pública, aprende a ser apenas mais uma em meio à multidão.