VILA OLÍMPICA

Setor imobiliário aposta em alojamentos

Foto de operários trabalhando na construção da Vila Olímpica Julio Cesar Guimaraes/UOL
Operários trabalham na construção da Vila Olímpica

Um investimento de R$ 2,9 bilhões ajudou a viabilizar um antigo projeto do urbanista Lúcio Costa, que projetou a Barra da Tijuca, no Rio, onde fica o maior polo de competições da Olimpíada.

Costa previu um centro metropolitano no bairro situado na zona oeste, e a ideia ganhou novo impulso com a construção dos 31 prédios residenciais que compõem a Vila dos Atletas, onde ficarão hospedados mais de 17 mil competidores, dirigentes e integrantes das delegações.

Depois dos Jogos, o bairro planejado vertical passará a ser chamado de Condomínio Ilha Pura; seus apartamentos já vêm sendo comercializados. O empreendimento pertence à Carvalho Hosken e à Odebrecht —a primeira entrou com o terreno, e a segunda realizou a obra.

Julio Cesar Guimaraes/UOL
RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL - 23/06/2016 - VILA OLIMICA RIO 2016. Visita oficial a Vila Olimpica dos Atlestas para as Olimpiadas Rio 2016. Moveis da sala. (Foto: Julio Cesar Guimaraes/UOL).******EMBARGADO PARA USO EM INTERNET******* ATENCAO: PROIBIDO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DO UOL
Quarto na Vila Olímpica

O maior alojamento da história dos Jogos possui 3.600 apartamentos em 11 formatos. Os menores (72 m²) são vendidos a R$ 720 mil. Os maiores (230 m²) custam R$ 2,3 milhões. O conjunto está situado a quatro quilômetros do Parque Olímpico, em uma área de 870 mil metros quadrados, da qual apenas um terço foi ocupado.

O tamanho do terreno equivale, aproximadamente, à área do Leblon. Investidores e corretores de imóveis calculam que ainda serão necessários 30 anos para desenvolver toda a região.

Para o diretor do Creci-RJ (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), Laudimiro Cavalcanti, as perspectivas são boas para o mercado imobiliário na Barra.

"A turbulência política do país afeta a economia em todos os segmentos, mas o Rio tem vocação para o turismo e em agosto haverá 4 bilhões de pessoas com os olhos fixos na cidade. Isso vai alavancar novos investimentos", diz.

Apesar do otimismo, somente 7% do total de apartamentos da Vila Olímpica foram vendidos desde que foram ofertados, no fim de 2014. A intenção era chegar aos Jogos Olímpicos com pelo menos metade deles comercializada.

As vendas abaixo da expectativa fizeram os proprietários frearem o ritmo dos negócios —apenas 700 apartamentos foram colocados à venda até agora. O restante ficará disponível a partir do início de 2017. A expectativa é arrecadar R$ 4,5 bilhões.

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RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL - 23/06/2016 - VILA OLIMICA RIO 2016. Visita oficial a Vila Olimpica dos Atlestas para as Olimpiadas Rio 2016. (Foto: Julio Cesar Guimaraes/UOL).******EMBARGADO PARA USO EM INTERNET******* ATENCAO: PROIBIDO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DO UOL
Vila Olímpica, no Rio de Janeiro

NOVO CENTRO

Usada como fundamento para a expansão da cidade rumo à zona oeste, a proposta do urbanista Lúcio Costa de criar um novo centro metropolitano na Barra da Tijuca enfrenta críticas.

Sérgio Magalhães, conselheiro do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), diz que se trata de uma proposta modernista já superada. O centro histórico tem de ser fortalecido, e não enfraquecido. As cidades mais importantes do mundo não fazem o crime urbanístico que o Rio está fazendo. Fazem o contrário do que estão propondo", afirma.

Magalhães citou exemplos de cidades que valorizaram seus centros, como Nova York, Londres, Paris, Barcelona e Lisboa. Ele alegou que a cidade não pode ser indefinidamente expandida sem perda da vitalidade. A distância entre a Barra e o centro, de carro, é de 30 quilômetros.