Poliana

Por novo pódio em Tóquio, nadadora corta doces, fritura e glúten

Poliana Okimoto relaxa na piscina Marcus Leoni - 23.fev.2017/Folhapress
Aos 33 anos, Poliana Okimoto é exemplo de atleta longeva

PAULO ROBERTO CONDE
DE SÃO PAULO

Poliana Okimoto tornou-se em agosto a primeira nadadora da história do Brasil a deixar uma edição dos Jogos Olímpicos com medalha, mas o Rio de Janeiro já é passado.

Após férias de um mês passando por Índia, Maldivas e Cingapura, ela retomou treinos de olho em Tóquio-2020. O compromisso de encarar mais um ciclo olímpico requer dedicação redobrada da paulistana –bronze na Olimpíada do Rio na prova dos 10 km–, que já não é mais exatamente uma novata.

Aos 33 anos, ela é, na elite da maratona aquática mundial, uma das mais experientes. Para continuar no grupo pelos próximos quatro anos, sabe que terá de se impor inúmeros sacrifícios. "Vou me dedicar cada vez mais e treinar como nunca. Foi assim minha vida toda e continuará até Tóquio", diz a atleta, que terá 37 anos nos Jogos de 2020.

A maior privação será na alimentação. Poliana, que já não era adepta de "gordices", vai restringir ainda mais. "Conforme se avança a idade, a pessoa engorda com muito mais rapidez. É onde eu mais sofro", afirma.

A nadadora aboliu fritura, fast food e doces da dieta. "O que me ajuda é ser perfeccionista e metódica. Fiquei mais de ano sem comer chocolate e McDonald's. Tirei tudo o que tinha açúcar da minha vida", conta Poliana.

Há três anos ela também não consome nada que contenha glúten. "É o preço que se paga. Este [corte] foi difícil porque sempre gostei muito de macarrão, bolo e massas. Mas a gente abre mão até do prazer da comida pelas medalhas, né?", afirma a atleta, que também foi campeã mundial dos 10 km em 2013.

Tanta restrição alimentar, aliada aos treinos pesados, já lhe provocaram reações indesejadas. Poliana conta que, em períodos de alta intensidade nas atividades –chega a nadar 20 km por dia-, sua imunidade despenca.

O marido, Ricardo Cintra, que também é seu técnico, não costuma aliviar. Poliana, ciente do que é necessário para esticar seu período no alto rendimento, compreende. "A maratona aquática é muito exigente", resume.

O que me ajuda é ser perfeccionista e metódica

Poliana Okimoto, 33, nadadora