O VÍRUS

Brasil já registra 102 mortes por H1N1

Enquanto os casos de infecção pelos vírus da zika e da dengue ainda preocupam as autoridades sanitárias, outra doença chama a atenção de médicos e especialistas pela precocidade com que começou a ocorrer neste ano.

Desde o começo de janeiro, os casos de (SRAG) Síndrome Respiratória Aguda Grave associados à gripe A (H1N1) vêm se acumulando no país.

O vírus se disseminou pelo mundo em 2009, causando uma pandemia mundial chamada, na época, de gripe suína –até o ano seguinte, 19 mil pessoas morreram segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Desde então, ele circula no Brasil, assim como outras cepas que causam a gripe. A diferença é que o H1N1 tem mais chances de causar complicações, especialmente em pessoas de maior risco, como idosos, crianças e grávidas.

Neste ano, até 2 de abril, o país registrou 102 mortes por agravamentos associados ao vírus H1N1, segundo o Ministério da Saúde. O número já é quase o triplo do registrado em todo o ano de 2015, quando houve 36 óbitos. Em 2014, foram 163.

São Paulo concentra o maior número de casos (534) e mortes (70) neste ano. "A gripe é uma doença de inverno. Claramente não estávamos esperando", declarou o infectologista Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de SP, no início de março.

Médicos, no entanto, dizem que não há motivo para histeria e que é um erro correr a prontos-socorros e postos de vacinação lotados sem necessidade, o que tem ocorrido com frequência no Estado. "O melhor lugar para pegar gripe é no pronto-socorro", explica Esper Kallás, infectologista e professor da USP.