Aniversário

GP Brasil faz 45 anos como palco de títulos e bandeirada tardia de Pelé

Dario Lopez-Mills - 31.mar.2002/Associated Press

FÁBIO ALEIXO
PAULO ROBERTO CONDE
DE SÃO PAULO

Em 2017, o Brasil e a F-1 chegam às bodas de rubi.

São 45 anos de um relacionamento de altos e baixos, decisões de título, vaivém de circuitos e traçados, críticas, elogios e polêmicas.

A edição inaugural, em 1972, foi disputada em São Paulo e não valeu pontos. Ela serviu de teste para que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) desse a homologação para uma corrida oficial, que ocorreu no ano seguinte.

Prestes a ver sua 46ª edição, no domingo (12), o GP coroou seis campeões mundiais. Os mais recentes foram Sebastian Vettel (2012) e Jenson Button (2009).

Viu também nove vitórias brasileiras e algumas gafes, a mais marcante delas protagonizada por Pelé.

Em 2002, o ícone do futebol foi convidado para dar a bandeirada, mas não percebeu a passagem do vencedor Michael Schumacher e só sinalizou quando o nono colocado, o japonês Takuma Sato, cruzou a linha.

"Eu não podia aparecer ao lado do Pelé na TV. Combinei que daria um toque em sua perna na hora da bandeirada. Dei o sinal, ele se virou e perdeu a chegada", disse Carlos Montagner, 70, diretor de prova na época.

Montagner trabalha no GP Brasil desde 1973 e acompanhou as passagens por Jacarepaguá e Interlagos, onde o circuito foi um dos mais longos da categoria (7,9 km).

"Não faria mais sentido um circuito tão grande, pois eram poucas voltas. Mas, para o público, quanto mais vezes os carros passassem, melhor", analisou.

A diminuição do traçado para 4,3 km foi apenas uma das diversas reformas pelas quais o autódromo passou.

Interlagos sempre foi visto por pilotos e equipes com amor e ódio. Se é tido como um dos mais tradicionais e desafiadores, também lida com críticas, sobretudo no que tange à infraestrutura.

Nos últimos anos, foi reformado a um custo de R$ 160 milhões. As obras ampliaram boxes e o paddock.

Em 2018, o paddock será coberto e a altura dos boxes passará de 2,4 m para 3 m, sem divisão fixa entre eles.

A preocupação com a segurança dos pilotos implicou mudanças de proteção na pista e ranhuras em pontos do traçado para escoar a água da chuva, que também costuma ser uma marca tradicional de Interlagos.