Tecnologia e indústria

Cidade inteligente: tecnologia para tornar serviço público mais eficiente

San Diego (EUA) testará uso de instalações de iluminação pública de LED para conectar, coletar e analisar dados GE/Divulgação
San Diego (EUA) testará o uso de instalações de iluminação pública de LED para conectar, coletar e analisar dados

EULINA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O uso de big data e da internet das coisas também pode ser visto nos serviços públicos. Este é o conceito das cidades inteligentes, outra vertente da digitalização. Diversas metrópoles espalhadas pelo mundo já contam com recursos da tecnologia da informação, em diferentes níveis, em que sistemas de saneamento, iluminação, transporte, entre outros, estão conectados à internet para se tornarem mais eficientes.

Empresas de tecnologia desenvolvem programas para detectar vazamentos de água, monitorar o trânsito, fazer a manutenção do sistema de iluminação e controlar a poluição do ar, entre outros exemplos.

Wikings Machado, diretor de marketing e estratégia de gerenciamento de energia da Siemens, afirma que, com a automação e a digitalização, as cidades estão virando grandes centralizadores de dados. "Com a consolidação dessas informações, as cidades podem tomar medidas mais assertivas para melhorar o conforto da população."

Daniel Marenco - 9.mar.2012/Folhapress
Centro de operações da prefeitura do Rio de Janeiro, criado pela IBM
Centro de operações da prefeitura do Rio de Janeiro, inaugurado em 2010

No Brasil, a cidade do Rio de Janeiro foi eleita este ano, durante o evento Connected Smart Cities, como referência no ranking geral dos municípios com mais de 500 mil habitantes. A segunda colocada foi a cidade de São Paulo, seguida por Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.

O carro-chefe da "smart city" é o Centro de Operações Rio. Inaugurado em 2010, o centro integra 30 órgãos que monitoram a cidade 24 horas por dia e consolida todas as etapas de um gerenciamento de crise, como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito.

Mas, assim como na internet das coisas, Antônio Selvatici, doutor em Robótica Móvel e professor da Fiap, diz que uma das barreiras para as cidades inteligentes funcionarem plenamente é a interconexão entre as tecnologias para que os sistemas operem em harmonia. "Isso depende de padronização dos sistemas, e a questão é que, como o mercado é muito grande, cada um quer ter seu padrão."

A cidade inteligente faz parte do plano estratégico da prefeitura para tornar o Rio de Janeiro mais ágil, em termos de prestação de serviços, mais conectado e mais cognitivo, isto é, em constante transformação, com a participação da população

Franklin Coelho, secretário municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro