Salto com vara

Saltador mistura habilidades de ginastas e corredores

DE SÃO PAULO

Para conseguir um bom salto com vara, o atleta precisa também ser bom ginasta. Soa estranho, mas é isso mesmo.

A ginástica artística faz parte dos treinamentos do saltador, que tem de ser forte, flexível e preciso para virar de ponta cabeça segurando na ponta da vara, torcer o corpo e superar o sarrafo.

"Não apenas ginástica, também fazemos treino de corrida com barreiras para ter as passadas sistematizadas, fazemos trabalho pendurado na corda", afirma Elson Miranda, técnico de Fabiana Murer, saltadora da BM&F.

Os atletas têm de correr com a vara próxima ao corpo, apontada para cima. Eles vão contando as passadas à medida que se aproximam do colchão para saber exatamente o momento de fincar o equipamento no chão e saltar.

"Correr com a vara é difícil, vai contra o movimento natural, que é o de mexer os braços. A vara tem de ficar o mais próxima possível do centro de gravidade para ajudar no equilíbrio", diz Miranda.

Os saltadores, em geral, são magros e fortes. Não ser muito baixo também é vantagem. Eles precisam de muita força nos membros superiores.

Além de serem extremamente técnicos, os atletas desta prova precisam também ser bons corredores. A velocidade que o atleta ganha durante a corrida o ajuda passar mais energia para a vara na hora da decolagem e, consequentemente, ser jogado por ela para cima com mais facilidade e mais alto.

Fabiana Murer, por exemplo, chega a alcança entre 25 km/h a 30 km/h na fase da corrida durante suas provas.

A vara escolhida também é crucial. Fabiana usa de cinco a seis por competição. Elas têm variações de tamanho e envergadura. Em geral, o atleta aquece e faz e o primeiro salto com varas mais fracas. Depois, à medida que a altura do salto sobe, as varas vão sendo mudadas.