Público fica 9 horas por dia conectado à rede pelo celular
PAULA LEITE
MATEUS LUIZ DE SOUZA
DE SÃO PAULO
Olhe em volta. Das pessoas que estão com você em casa, no trabalho, na escola ou no ônibus, quantas estão mexendo no celular neste exato momento? Talvez você mesmo esteja lendo esta notícia no smartphone.
Se forem jovens, é grande a chance de que estejam usando o telefone para acessar redes sociais ou enviar mensagens, mostra a pesquisa Datafolha com brasileiros de 16 a 24 anos.
Entre esse público, 78% têm smartphone, percentual que é de 52% entre os que têm 25 anos ou mais.
Segundo a pesquisa, 76% dos mais jovens costumam acessar a rede pelo celular, índice maior que qualquer dos outros aparelhos pesquisados --notebook, computador de mesa, tablet, videogame e smart TV. Apenas 34% usam PCs para navegar na internet.
Cléo Carvalho da Silva, 17, que mora no Rio de Janeiro, não consegue se desligar dos grupos de mensagens nem na hora de tomar banho. "Pelo menos até agora, não estraguei o aparelho por usá-lo no chuveiro", diz ela (a Folha não garante a integridade do seu aparelho se você decidir seguir esse exemplo).
"Ficar sem o celular dá desespero e ansiedade. Fico sem ele só quando estou dormindo", afirma.
Que o aparelho não desgruda da mão não parece novidade, mas o Datafolha mostra que o uso do smartphone é mais intenso nesse público.
A maioria dos jovens que usa a internet pelo celular inteligente é como Cléo: 56% ficam conectados por quatro horas ou mais --entre os mais velhos, o índice cai para 24%. Em média, pessoas de 16 a 24 anos ficam on-line pelo smartphone por nove horas diárias, contra seis horas do outro grupo.
O QUE TANTO FAZEM?
Mas para que usar tanto a internet no celular? As atividades realizadas no smartphone mais citadas pelos jovens são ouvir música, publicar fotos (selfies?) em diferentes redes sociais, compartilhar notícias e ver vídeos no YouTube.
O smartphone também é o aparelho mais citado pelos jovens como o preferido para acessar notícias, enquanto os brasileiros que têm 25 anos ou mais se dividem entre os que preferem ler no celular e os que preferem acessar no computador.
A música baixada da rede (legal ou ilegalmente) e salva no celular está dando lugar aos serviços de streaming, mais acessíveis no Brasil.
Renato Bartsch, 23, diz que baixava músicas em serviços de compartilhamento, mas hoje prefere usar o YouTube ou o Spotify. "Antigamente era muito caro adquirir uma mídia física original", diz ele. "Agora o serviço de streaming melhorou muito, assim como a velocidade da internet."