Tratamento com célula-tronco feito por atriz 'reinicia' o sistema imune
ALLINE MAGALHÃES
LETÍCIA NAÍSA
DA EDITORIA DE TREINAMENTO
Caro e recomendado por médicos apenas em casos extremos de esclerose múltipla, o transplante de células-tronco realizado no caso da atriz Claudia Rodrigues é uma forma de "resetar" o sistema imune do paciente.
Trata-se da destruição das células brancas e da medula óssea (que produz essas células) por meio de quimioterapia. Além disso, há uma indução, com drogas, da produção de células-tronco —capazes de se transformar em outras.No caso, a proposta é que elas se transformem em células brancas (do sistema imunológico).
A expectativa é que as novas células brancas não tenham "memória" do que as levava a atacar o sistema nervoso central, como acontece na esclerose múltipla. O procedimento é feito em hospital e há risco de infecção grave e hemorragia.
De acordo com Rodrigo Thomaz, neurologista do hospital Albert Einstein e responsável pelo tratamento da atriz, não é um método indicado para qualquer um com a doença. "Muitos pacientes respondem ao tratamento convencional", afirma Thomaz.
O tratamento não cura: a ideia é que a doença fique controlada. Para Nelson Hamerschlak, hematologista do hospital Albert Einstein, um em cada quatro pacientes apresenta melhora. Os demais ficam estáveis ou pioram.
A proposta chegou ao Brasil por meio de uma parceria do Einstein e do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto há pouco mais de dez anos —os dois hospitais realizam o procedimento. Na rede privada, custa de R$ 150 mil a R$ 400 mil, segundo Hamerschlak.
A estratégia é que o método auxilie o organismo a se recuperar.No caso de Claudia, houve melhora na fala e na mobilidade. O tratamento da atriz também inclui fisioterapia e fonoterapia, entre outros.