REDAÇÕES NOTA MIL

Lazer em segundo plano

"Um dos meus principais hobbies é ler. Também gosto bastante de viajar e conhecer culturas diferentes da minha", contou Izadora, da praia onde passava férias enquanto aguardava o início das aulas no curso de biotecnologia da Ufpel (Universidade Federal de Pelotas). Os dias tranquilos que desfruta agora ela contava nos dedos no ano passado: "Correr atrás de um objetivo exige foco e muita dedicação. Meu objetivo era me sair bem na prova, então tive de trocar momentos de lazer por momentos de estudo", diz a pelotense. Na escola, tinha prova de redação a cada 15 dias, e no cursinho preparatório escrevia sobre um tema diferente a cada semana. Segundo a futura universitária, a prática foi a principal responsável pelo bom resultado: "Escrever muitas redações ao longo do ano contribuiu com que eu tivesse domínio da modalidade exigida", diz, ressaltando também a importância da leitura no domínio da linguagem culta e de um bom vocabulário. Na redação, ela buscou exemplificar os diferentes tipos de agressões que as mulheres sofrem além da violência física, como a diferença salarial entre homens e mulheres.

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A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que muitas mulheres sofrem diariamente com esta questão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico-cultural e o que é previsto por lei.

Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Prova disso é o fato de elas poderem exercer direitos políticos, ingressarem no mercado de trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres, corroboram a ideia de que elas são vítimas de um legado histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista foi a que prevaleceu ao longo dos anos e enraizou-se na sociedade contemporânea, mesmo de forma implícita à primeira vista.

Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, independente de cor, raça e gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê o mesmo salário para os que desempenham a mesma função, também garantida por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país é a gritante diferença entre os salários de homens e mulheres, principalmente se esta for negra. Esse fato causa extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para solucionar a problemática.

Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, seja física ou moral, criando leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que cometem agressões contra as mulheres. Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos mais comprometidos com o bem-estar de todos.