Os espinhos

Polêmicas da carreira incluem Neymar, Valdivia e discussão na TV

Não só de admiração, vitórias e títulos viveu Rogério Ceni nesses 25 anos de São Paulo. O goleiro passou por várias polêmicas, troca de farpas com rivais e técnicos e até discussão ao vivo na televisão.

Em todos esses episódios, ele não deixou de falar o que pensava, sem medir palavras, ainda que o resultado disso fossem situações extremamente desconfortáveis.

Foi o caso, por exemplo, do ocorrido com a então comentarista do SporTV Milly Lacombe, em 2010. Em um programa, a jornalista disse ao vivo que Ceni havia forjado uma proposta que teria recebido do clube inglês Arsenal.

Minutos depois, a produção do programa recebe a ligação do são-paulino, que, irado, queria entrar no ar naquele momento. E foi o que aconteceu: pelo telefone, o goleiro entrou na discussão e pediu que Milly provasse a falsificação. O entrevero acabou na Justiça, com a causa sendo vencida por Ceni.

Todo o episódio da suposta proposta do Arsenal, aliás, rendeu outra briga inesquecível com Paulo Amaral, então presidente do clube. O cartola desconfiou do documento, deixou o jogador afastado por 29 dias e o goleiro quase deixou o Morumbi. Acabou, por fim, reintegrado.

Neste ano, quando Amaral cogitou se candidatar mais uma vez ao cargo de presidente, que ficara vago após renúncia de Carlos Miguel Aidar, o goleiro disse: "Não vale a pena falar desse senhor."

Leandro Moraes - 3.jul.2013/UOL
SAO PAULO, SP, 03.07.2013: SAO PAULO E CORINTHIANS - Ney Franco tecnico do Sao Paulo olha para o Rogerio Ceni, no final da partida partida Sao Paulo e Corinthians que ganha por 2x1, pela Recopa, no estadio do Morumbi, em Sao Paulo Foto: Leandro Moraes/UOL ***ITERNET OUT*** cod. 1734
Rogério Ceni e Ney Franco em derrota do São Paulo para o Corinthians, na Recopa de 2013

SEM COBRAR FALTAS

Houve ainda um outro confronto com um comentarista de TV, o ex-jogador Mario Sérgio. Em 1998, ele era técnico do time tricolor e vetou as cobranças de falta do goleiro, que acatou. Sessenta dias depois, Mário Sérgio foi demitido e tudo voltou ao normal.

Anos depois, em 2013, Ceni se desentendeu com outro treinador: Ney Franco, que também acabou sendo desligado pouco tempo depois.

O treinador se incomodava com a postura do capitão e disse que ele tinha muita influência nos bastidores e nas decisões da diretoria.

Em um jogo da Copa Sul-Americana, contra a LDU de Loja, a péssima relação se tornou pública. O goleiro pediu substituição na equipe, durante a partida, indicando a entrada do meia Cícero.

Franco, porém, não lhe deu ouvidos e colocou Willian José. No final, ainda criticou a atitude de Ceni, que rebateu, dizendo que a passagem do técnico pelo clube não deixara nenhum legado.

NEYMAR

Nos 25 anos de carreira, deu tempo também de Ceni se envolver em polêmicas com jogadores de outros clubes –como Neymar.

Em entrevista, Ceni disse que só 50% das faltas marcadas sobre o craque da seleção brasileira –à época no Santos– haviam de fato ocorrido.

O atacante respondeu no seu site e no Twitter, por meio de texto de Alex Bernardo, membro de seu estafe: "Rogério Ceni é chato para c...".

Mas quem conseguiu mesmo tirar Ceni do sério foi Valdivia, ainda no Palmeiras. O momento de maior tensão foi em 2008, na semifinal do Paulista, quando o goleiro deu um leve tapa no rosto do chileno, em jogo que o São Paulo perdeu e foi eliminado.

Quatro anos depois, veio o revide. O meia se machucou em tarde de vitória tricolor, por 3 a 0, e deixou o campo antes do fim do duelo. "Deve ter doído, mesmo. Acho que ele nem vai mais jogar até o fim do ano", disse Ceni.