Cracolândia

'Cracolândia é um círculo em que todos são culpados', diz Matheus, 12

PAULO SALDANA
EMILIANO GOYENECHE
DE SÃO PAULO

Antes mesmo de conceder esta entrevista para à Folha, Matheus disse, com tranquilidade, que não ficaria tímido. "A vergonha limita as pessoas", respondeu.

O mesmo falou sobre futebol: "Limita as pessoas a aprenderem coisas novas". O estudante gosta de jogar basquete, ma seu esporte predileto é badminton. Sonha em conhecer o Japão, de onde vem sua grande paixão, os animes e mangás.

Matheus Henrique da Silva Cruz tem ideias claras também sobre temas espinhosos, como drogas e desigualdade. "A pessoa que não consegue emprego, oportunidades, não vai se sentir muito boa e vai acabar se rendendo", diz ele, refletindo sobre a cracolândia.

Mora há oito anos com os pais e os três irmãos em uma ocupação na Avenida Prestes Maia, no centro de São Paulo. O pai estoquista e a mãe, que vende panos de pratos, fazem um esforço para que Matheus frequente não só a escola Escola Estadual Prudente de Moraes, também no centro, mas também faça violino, inglês e outros esportes em projetos sociais pela região.

Aluno do 5º ano, Matheus já tem 12 anos –fez aniversário em junho. Foi o único com mais de 11 anos entre todos os entrevistados para o especial 'Criança do Dia'.

Onde você mora? Conta um pouco como é lá.
Eu moro numa ocupação e lá é tranquilo. Às vezes tem algumas coisas turbulentas, já teve tiroteio, três incêndios e só. E lá também quase explodiu, começou a vazar gás. Mas eu não vi, porque eu estava na escola.

Quando aconteceu essas coisas todas?
Foi ano passado.

Você gosta de morar lá mesmo com tudo isso?
Sim, eu gosto de morar lá. Porque tem tudo perto, tem mercado, a escola é bem perto. O mais legal é que lá tem um monte de festa, projetos, [que] geralmente vão lá. Uma coisa que eu não curto de lá é que é muito quebrado. Muito sujo, e as coisas geralmente são muito mal feitas. E também é bem perigoso. Quando você vai subir a escada, tem tipo uma janelinha que é tapada de madeira. Se você bate, já quebra. Aí é perigoso você cair lá de cima.

Mas você falou de tiroteio. E a questão de violência, é ruim?
Sim, bastante. Teve uma vez que uma pessoa que trabalhava lá ficou bêbada, catou uma arma e saiu atirando.

Por qual motivo?
Não sei, estava bêbado, catou uma arma que tinha na casa dele, começou a atirar.

Seus pais querem se mudar?
Eles pensam, sim, em se mudar de lá. Mas não tem dinheiro pra mudar.

O que te motiva vir pra escola?
O que me motiva vir pra escola? São as coisas que têm aqui, as lições, aprendi bastante. É uma boa escola, sendo que a maioria das escolas não tem metade disso aqui. Sala de leitura, sala de recursos, sala de vídeo também é bem legal. Também as aulas são muito boas.

O que mais gosta de estudar?
Eu gosto muito de português porque eu gosto muito de escrever, gosto de ler. É a matéria que eu mais me dou bem.

Você costuma escrever algo, como poemas, textos da sua autoria?
Eu já escrevi. Tinha uma caderno que não tinha nada, fui lá e escrevi um livro.

Como é?
Era a história de um menino que os pais abandonaram ele, aí ele encontrou uma casa que tinha uma mulher. Essa mulher gostava muito dele, só que a mulher abandonou ele também porque não conseguia cuidar. Aí ele começou a morar sozinha e teve uma vida boa. Só.

Você se inspirou em alguém, em alguma coisa, pra escrever?
Não, fui escrevendo. Tinha muito erros, porque eu era muito pequeno.

Mas a história pareceu legal. Seu livro fala de um menino abandonado. Você costuma ver muita criança nessa situação perto da sua casa e da escola?
Sim, vejo, muita criança abandonada, as pessoas maltratam muito crianças desse jeito. Eu não gosto muito disso.

Por que você acha que isso acontece? Por que tem tanta criança na rua?
Não sei, acho que é porque os pais não têm condição de cuidar da criança, ou às vezes a criança fez uma coisa de errado e os pais são intolerantes e abandonaram ela. Porque acharam que só ia dar desgosto e essas coisas.

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 22-09-2017: Especial Superpauta Criancas. Serie de entrevistas com criancas. Garoto Matheus Henrique da Silva Cruz, 12 anos mostra desenho que fez na escola. Ele cursa o 5o ano do colegio estadual Presidente de Moraes, no Bom Retiro (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPECIAIS).
Matheus, 12 anos, mostra desenho que ele fez e é o símbolo de um personagem de mangá

Como você acha que dá pra resolver esse problema, pra acolher essas crianças?
Ah, orfanatos, dando oportunidade pras crianças estudarem, acho que isso poderia melhorar bastante.

E com relação às famílias?
Não sei muito bem como resolver os problemas das famílias, porque às vezes as famílias não têm trabalho, essas coisas, pra conseguir o dinheiro. E acabam abandonado as crianças.

Aqui perto, na vizinhança, tem muitos problemas de usuários de droga, de uso de crack. Você já viu esse tipo de coisa? O que você sabe sobre a cracolândia?
Com relação à cracolândia, eu moro perto de lá e eu vejo bastante gente fumando, bebendo, mendigo, morador de rua, crianças também. Mas lá tem uma escola de música muito boa. Eu nunca vi muito aqui perto da escola, dessas coisas de crack, maconha.

Quem é culpado por uma situação como a cracolândia? O governo, as próprias pessoas...
Acho que não tem um culpado, é tudo um circulo que roda e todo mundo é culpado. Os que vendem são culpados, os que usam também, também aqueles que não dão oportunidade para os outros trabalharem. É tudo um circulo que todos são bem culpados.

Você acha que o governo podia fazer alguma coisa?
Acho que, sim, podia dar emprego, isso poderia melhorar. Tirar essas pessoas da rua, às vezes a pessoas sai da cadeia e vai roubar. Podia tirar a pessoa da cadeia e dar emprego. Acho que isso iria melhorar. Melhor do que ficar adiando o problema é você acabar com esse problema na hora.

É fácil ou difícil?
Acho que é meio difícil, porque a maioria das pessoas acha que, mesmo se acontecer isso [conseguir um emprego], não vai conseguir, não vai melhorar nada. A maioria das pessoas pensa isso.

Teve uma operação recente na região da cracolândia que prendeu um monte de gente, vários usuários se espalharam pela região. Você lembra? Acha que foi uma operação boa?
Acho que foi boa e também um pouco ruim. Boa foi tirar aquele foco de um lugar só, mas também foi ruim porque espalhou para um monte de lugar. O que era antes em um lugar só, mas grande, ficou em vários lugares, mas menor.

Na sua opinião, resolveu o problema?
Não resolveu, só adiou. Só diminuiu, mas não resolveu.

Você acha que o usuário de crack tem de ser preso ou ele tem de ir para o tratamento?
Ele tem que ir para um tratamento. Porque se for preso, depois ele vai ser solto e vai continuar do mesmo jeito. Mas se ele for para o tratamento, vai se tratar, e às vezes até consegue sair.

Pelo que estou vendo, você não concorda com o uso de drogas. Quem te falou sobre isso?
Meu pai e minha mãe falam muito isso, que droga não é bom, só destrói a vida dos outros. Também vi na televisão que isso não é bom, só afunda mais a pessoa, só manda ela mais pra baixo.

Mas mesmo assim as pessoas usam. Para você, o que leva as pessoas a usarem?
Acho que é porque não conseguem nada de vida, a vida deles está destruída, continuam usando mesmo sabendo que vai destruir mais.

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 22-09-2017: Especial Superpauta Criancas. Serie de entrevistas com criancas. Trabalhos da turma do 5o ano do colegio estadual Presidente de Moraes (no Bom Retiro), onde estuda o aluno Matheus Henrique da Silva Cruz, 12 anosAuxiliadora))onde estuda o aluno Matheus Henrique da Silva Cruz, 12 anos. A frase que motivou os desenhos era: Diversidade, como eu vejo o outro. (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPECIAIS).
Desenhos feitos por alunos da escola Prudente de Moraes a partir da frase: 'Diversidade, como eu vejo o outro'

Mas tem gente rica, com dinheiro, que usa drogas como o crack. O que explicaria?
Ai é vontade, aí é idiotice, porque quer. Não por que não conseguiu, é porque quer.

Você acha que é possível sair?
Acho que sim, né, se eles tentarem, se esforçarem, acho que conseguem sair.

Você acha que a cracolândia vai acabar algum dia?
Acho que é um problema que não vai acabar, porque vai sempre diminuir, mas nunca vai acabar por completo. Porque as pessoas se sentem muito derrotadas. E toda hora vai aparecer uma pessoa que se sente derrotada e que vai para esse tipo de lugar.

Por que a vida faz as pessoas se sentirem assim derrotadas?
Não sei, às vezes o cara está desempregado, não conseguiu emprego, ai ele fala "ó, estou acabado, não vou conseguir nada". Aí vai usar droga, beber.

Você acha que a falta emprego, dinheiro, falta de oportunidades influenciam?
Sim, na minha opinião, sim. As pessoas que não consegue emprego, oportunidade, não vai se sentir muito boa e vai acabar se rendendo pra esse tipo de coisa.

Por que você acha que tem tanta gente rica e tanta gente pobre?
Às vezes, o rico se "oportuna" do pobre, o pobre continua dando dinheiro para o rico. O pobre não sabe muito bem, só que o rico acaba manipulando o pobre pro rico ficar mais rico. Tipo, é o ciclo de ganância. Quer sempre mais dinheiro, mais poder, essas coisas.

Você acha que dá pra mudar, amenizar, esse comportamento da sociedade?
Eu acho que da, se aparecerem pessoas mais honestas, menos gananciosas, menos ambiciosas, que só querem mais e que não querem ajudar os outros.

Você anda muito na rua, passeia por aqui? É bonito?
Não, não passeio muito por aqui. Só perto da minha casa. É um lugar bem bonito, é cheio de verde, árvore.

Qual lugar de São Paulo você mais gosta, entre os que você já foi?
Lugares mais legais é essa praça aqui [Coronel Fernando Prestes, onde fica a escola], o parque da Luz. Que eu acho bem legal, mas antigamente era melhor bem melhor. Antigamente era mais bonito, tinha escorrega, balanço, mas começaram a quebrar, chutar e começaram a tirar. Agora é um lugar meio chato. Tinha uma caverna, um aquário, que acho que estão fechado, porque está tudo sujo, tudo quebrado.

Qual foi o lugar mais legal que você já foi na sua vida?
O lugar mais legal que eu já fui... foi uma festa perto de onde eu morava, antes de eu me mudar pra cá, uma festa que tinha um monte de brinquedo, um monte daqueles bonecos lá, marionete, fantoches... Foi o lugar mais legal que eu já fui. Eu não lembro onde era, porque eu era bem pequeno, só me lembro disso. Meu pai até comprou uma marionete pra mim.

E depois você nunca mais voltou para um lugar parecido?
Não.

Por quê?
Sei lá, acho que não está tendo mais, as pessoas não estão mais se importando para isso. As pessoas não ligam mais pra essas coisas, tipo de diversão, mas só pra melhorar essas coisas de escola, hospital, policiamento. As pessoas só ligam pra melhorar isso. Não tem mais esse negócio de festa, projeto, que tem na rua. São poucos os lugares que tem.

E essa coisas violência, educação, estão melhorando?
Acho que sim, estão melhorando um pouquinho.

O que está melhor?
Acho que está melhorando o negócio de policias, essas coisas, está ficando melhor. As policiais continuam do mesmo jeito, violentas com as pessoas, mas acho que está melhorando porque está colocando mais em lugares que deviam ter, sim.

Você vê muita polícia por aqui [a escola fica ao lado do Comando da Polícia Militar]. Que imagem a polícia tem pra você? você se sente seguro ou com medo?
Eu fico com um pouquinho de medo, porque pode sair qualquer coisa. Porque aqui tem muito mendigo e acho que a polícia maltrata demais esse tipo de pessoa. Aí eu fico com um pouco de medo, de sair uma briga, um tiroteio, essas coisas. Eu faço aula de basquete aqui e uma vez eu estava saindo, indo pra minha casa, e vi um policial brigando com um mendigo. Tive que dar um contorno pra ir pra minha casa.

Você já viu policiais sendo violentos mais do que julgou necessário?
Sim, já vi muito. Tipo, uma vez eu estava na pracinha e tinha um cara e a mulher dele. Um menino começou a agredir o filho desse casal. E eles foram falar pra polícia, mas a polícia não fez nada. Começou a maltratar o casal e quase bateu no marido. Acho que isso não foi muito legal. Foi perto da praça da minha casa, não gostei, o guarda foi muito violento.

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 22-09-2017: Especial Superpauta Criancas. Serie de entrevistas com criancas. Quadra coberta da colegio estadual Presidente de Moraes (no Bom Retiro)onde estuda o aluno Matheus Henrique da Silva Cruz, 12 anos (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPECIAIS).
Quadra da escola estadual Prudente de Moraes, na região do centro

Mas tem muita polícia aqui na frente da escola. Isso faz você se sentir mais seguro?
Isso... faz, né, porque, tipo, acho que diminui um pouco os ladrões, os assaltos aqui perto.

O que você pensa em ser quando crescer? Pensa em continuar estudando? Como se vê no seu sonho?
Meu sonho é ser um engenheiro robótico, ajudar as pessoas com robôs. Robôs que ajudassem as pessoas com debilitações, que têm paralisias nas pernas, cérebro, pessoas cegas. Queria ajudar esse tipo de pessoas.

De onde veio essa inspiração?
Quando eu era pequeno vi um filme sobre robôs e fiquei apaixonado por robôs. Depois quando eu fui crescendo, eu vi no jornal uma pessoa que era cega e não conseguia se conduzir pela cidade. Eu falei, "poxa, quando eu crescer eu vou inventar uma coisa para ajudar esse tipo de pessoa". Aí eu fui alimentando esse desejo de ser um engenheiro robótico.

Você mora em uma ocupação, imagino que sua família não é rica...
Não.

Então porque você acha melhor pensar em ajudar as pessoas e não pensar só em você?
Porque se você pensar só em você, o resto ao seu redor vai continuar feio. Você é bonito mas o resto ao seu redor é tudo feio, então isso não muda nada. A pessoa vai continuar do mesmo jeito.

Não vale a pena?
Não. Vale a pena você ir ajudando as outras pessoas, a minha mãe também pensa assim e ela me ensinou isso. Você não pode pensar só em você, tem que pensar no resto também.

Das pessoas que você conhece, muita gente pensa assim?
Muita gente pensa assim, meu amigo Pedro também pensa desse jeito. Ele também pensa que você não pode só ajudar você, tem que ajudar os outros. Não pode só melhorar você, mas, sim, o seu ao redor. A minha professora já falou que os animais, se ele vê um morrendo, eles vão e ajudam. Mas o ser humano, não, ele pode ver morrendo e não vai fazer nada. A maioria das pessoas são assim. Se você cuida de si e também das pessoas que estão ao redor, vai continuar sendo uma pessoa boa e também do bem.

Mas você acha que as pessoas são más ou elas não conseguiram refletir sobre isso?
Acho que elas não conseguiram refletir sobre isso, porque elas pensam que elas só têm de cuidar de si mesmo. Elas não são más, acho que a sociedade que faz elas pensarem assim.

Qual seu hobby na sua casa?
Eu gosto muito de desenhar. Eu tê lendo e falo, "nossa, que personagem legal", vou desenhar ele. Vou lá e desenho.

Que tipo de coisa que você gosta de ler?
Eu gosto de mangá, história japonesa, tudo que é do Japão. E também ler história que vejo o filme. Também gosto de quadrinho da Marvel, meu irmão comprou um gibizinho do Homem-Aranha. Comprei um mangá do Nanatsu no Taizai. Eu gosto de ler bastante.

Quanto tempo você lê?
Quando minha mãe compra um livro eu passo o dia todo lendo, fico só lendo.

Você acha que ao ler, além de se divertir, você está fazendo alguma coisa bacana para sua educação, para sua vida?
Sim, porque minha professora disse que se você ler, você escreve bem. Se você escreve bem, você fala. E se você fala bem, você já tem tudo. Porque você vai numa entrevista de emprego, não pode chegar "E aeee, mano". Eles vão te tirar na hora de lá, isso é importante.

E você costuma acessar muito a internet?
Costumava, mas agora não acesso muito. Não tenho celular, eu perdi, só tenho o do meu irmão.

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 22-09-2017: Especial Superpauta Criancas. Serie de entrevistas com criancas. Retrato do estudante Matheus Henrique da Silva Cruz, 12 anos. Aluno do 5o ano do colegio estadual Presidente de Moraes, no Bom Retiro (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPECIAIS).
Matheus mora em uma ocupação no centro e seu sonho é ser engenheiro e conhecer o Japão

Quando você acessa a internet, o que você procura?
Geralmente eu só acesso aquilo que eu gosto. Mas, às vezes, meu pai acessa e fala, "olha Matheus, olha isso", eu vejo. Tipo coisa de governo, aí eu vou lá e olho pra ver o que está acontecendo. Vejo bastante jornal. Eu tô assistindo uma coisa meu pai vai lá e muda de canal. No começo eu não ligo muito, aí depois começo a assistir e vejo que é bem legal, é bem informativo. Ai começo a me interessar.

Você acha que tem mais notícia boa ou ruim?
Acho que tem mais notícia ruim. Porque as ruins dão mais audiência, as pessoas assistem mais notícias ruins do que as boas.

Hoje, o que você acha que é a coisa mais importante que está acontecendo no Brasil?
A notícia mais falada é sobre governo, essas coisas, Temer, Trump, acho que não está falando mais igual antes. Antes falava de coisas dinâmicas, falava um pouquinho de cada um. Agora está falando de tudo uma coisa só, que é governo.

Você falou do Temer, você sabe mais sobre ele?
Eu não entendo muito bem disso, não me interesso muito bem. Só sei que as pessoas não gostam muito dele porque, acho que, que é corrupção, essas coisas.

Sabe quem é o Sérgio Moro?
Não.

E o João Doria?
João Doria eu vejo que ele está fazendo muitas coisas. Ele não é igual mas também não é diferente. Eles às vezes faz aquilo pra si, mas também ele ajuda bastante.

Ele já ajudou alguma coisa onde vocês moram? Você sabe de alguma coisa que ele fez?
Única coisa que eu sei que ele fez foi sobre esse negócio de limpar a Cracolândia, isso me ajudou muito porque eu estudo perto de lá e minha irmã também. Então acho que isso ajudou bastante.

Se você pudesse votar hoje para presidente, em quem votaria?
Votaria no... [pensa um pouco] Eu não sei bem, porque eu não conheço muito bem essas coisas de presidente. Eu só conheço a Dilma e o Michel Temer, mas se fosse pra votar em alguém, que eu conheço, eu votaria na Dilma. Porque quando era ela, era bem melhor. Era ruim, hein, mas bem melhor do que é agora.

Você acha que piorou?
Piorou, bastante.

Por que você acha que a Dilma saiu?
Eu não sei bem porque ela saiu, mas eu já ouvi falar que é porque acharam que ela estava roubando. Mas, quando viu, ela não estava roubando. Mas depois não puderam tirar o Temer porque ele já estava lá no cargo.

Você poderia citar alguma coisa que era melhor?
Não sei, mas vejo as pessoas falando, quando era ela, era melhor. Eu fico pensando, será que é verdade? E eu fico pensando isso, se ela estivesse aqui seria melhor.