Desafio do champanhe

2016 em fotos

[ FÁBIO MARRA ]

Fotografar é uma arte que envolve percepção, inteligência, senso investigativo, dinamismo e técnicas apuradas.

A sensibilidade da arte de fotografar é percebida em tons, cores, textura, luz, ângulos, no close que enaltece o que era imperceptível e escondido a olho nu, na construção artística que insinua e faz pensar ou, ainda, na composição que enfatiza ou conduz pelo abstrato.

Como um DNA, cada fotografia tem sua personalidade e herda do autor sua própria identidade. Faz uma narrativa não só pela apresentação de um tema, mas também pela experiência, sensibilidade e a habilidade técnica do fotógrafo e sensibilidade do profissional em harmonizar os elementos que compõem a imagem.

Editoria de Arte/Folhapress
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Elementos de linguagem que são submetidos a alquimia de pontos de vista, perspectiva, formas, focos, profundidade, movimentos.

Assim são as obras produzidas pelos fotógrafos de várias gerações que a convite da Folha criaram composições simbolizando o futuro em 2016. O pedido para que uma garrafa de espumante fizesse parte da composição foi o pretexto para a unidade entre elas.

German Lorca, um dos pioneiros da fotografia moderna no Brasil, esbanja de aparente simplicidade ao usar o recurso da dupla exposição para embaralhar a visão e o pensamento.

Já o fotógrafo Arnaldo Pappalardo prefere o close para nos levar cirurgicamente a uma viagem ao interior, repleta de formas e texturas que surpreendem.

Cássio Vasconcellos comemora 2016 com um enquadramento singelo e de muita luz, que parece irradiar boas energias para o ano que vai começar.

Luz e sombras foram criativamente exploradas também com maestria nas obras de Toni Pires e Keiny Andrade, que valorizam o preto e branco para rever 2015 e pressagiar 2016.

A mostra traz incríveis exemplos do quase abstrato em trabalhos dos fotógrafos Rogério Canella e Gui Mohallem, que ensinam como mostrar o que teoricamente não conseguimos ver, comprovando que o abstrato, em muitas situações, está cercado da realidade.

O conjunto inclui ainda um excelente mix de originalidade com a quase ilustrativa foto de Klaus Mitteldorf e com a insinuante composição de Cris Bierrenbach. O resultado é uma profusão de estilos e técnicas, sonhos e realidades que nos fazem projetar os cenários de 2016.

Um brinde a todos! Clique clique...

Fábio Marra é editor de Fotografia da Folha