Boyhood Bolsa Família

Família Dumont

Os Dumont investiram em conquistas materiais

A família Dumont mora na favela, mas sua casa poderia estar situada em qualquer rua de classe média. Entre 2005 e 2015, é impressionante a transformação.

Como diz a matriarca Sueli Dumont, antes a casa era "de palha, papelão e de folhas de zinco". Hoje, eles têm todos os eletrodomésticos modernos, paredes rebocadas e pintadas, uma abertura entre a sala e a cozinha (estilo "americana") e até uma grande piscina de plástico no fundo da casa para as crianças.

Ronaldo, pai de nove filhos e avô de oito netos, costuma dizer que não se pode "dar tudo o que a barriga quer. Senão a gente não progride". Neste sentido, os Dumont gastam o estritamente necessário com alimentos e roupas. |O terreno onde vivem, lembra Sueli, custou R$ 1.200 e "foi todo pago com o dinheiro do Bolsa Família".

Agora estão construindo em frente a casa um local que servirá de venda de secos e molhados para reforçar o orçamento da família. Em cima, pretendem acrescentar mais cômodos para eventualmente alugar quartos a outras pessoas.

O esmero com as conquistas materiais na família Dumont não se estendeu à educação e cuidado com os filhos. As quatro filhas mais velhas engravidaram ainda adolescentes, entre 14 e 16 anos, e abandonaram os estudos assim que ficaram inelegíveis para receber o Bolsa Família. Hoje, sete dos seus filhos estão no programa, reproduzindo a trajetória da mãe.

Ao contrário de Sueli, porém, hoje elas sabem ler e escrever e vivem em casas melhores ou com a própria mãe em uma residência confortável. E tentam se virar minimamente trabalhando como cabeleireiras e manicures.

Editoria de Arte/Folhapress