CONTRA O RELÓGIO

A um ano dos Jogos, Rio não tem instalações novas entregues

ITALO NOGUEIRA
DO RIO
PAULO ROBERTO CONDE
TIAGO RIBAS
DE SÃO PAULO

Em 27 de julho de 2011, a um ano dos Jogos Olímpicos, e seis depois de ter adquirido o direito de realizá-lo, Londres tinha seis instalações novas prontas e inauguradas.

Com uma contagem regressiva idêntica, o Rio corre contra o relógio para entregar os seus equipamentos a tempo.

Até esta quarta-feira (5), a capital fluminense ainda não tinha nenhuma de suas novas arenas pronta. Falta ainda, em média, um terço das obras nas arenas em construção ou reforma.

Para o segundo semestre, estão previstas as aberturas de locais como o centro de tênis, que receberá o primeiro evento-teste dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, em dezembro. No fim de julho, sua obra não havia chegado à metade, segundo o sistema de finanças do município.

Até mesmo para o COI (Comitê Olímpico Internacional), o cronograma é exíguo. "O Rio continua sem ter um segundo a perder, como temos dito a um ano", afirmou o presidente Thomas Bach, durante o Pan de Toronto.

O comitê organizador da Rio-2016 se defende com a alegação de que muitas das instalações para o megaevento já estão construídas, como o estádio do Maracanã.

No entanto, outras arenas já existentes ainda passarão por reformas, como o Parque Aquático Maria Lenk e o estádio Olímpico (Engenhão).

Fato é que, neste quesito, a comparação com a sede de 2012 é desfavorável ao Rio.

No festejo de um ano para seus Jogos, Londres batia bumbo: com um salto de Tom Daley, xodó britânico dos saltos ornamentais, o centro aquático era aberto.

Uma prova envolvendo ídolos do esporte local também foi realizada na piscina. Além das arenas esportivas, a poucos metros dali eram abertos o centro de imprensa e o centro internacional de transmissão. Na mesma data, as medalhas dos Jogos também foram reveladas.

Nos meses anteriores, haviam sido inaugurados o Estádio Olímpico, o velódromo e a arena que recebeu competições de handebol.

Assim como o Rio, os ingleses também detinham instalações finalizadas e carentes de reformas, como Wembley, o All England Tennis Club (que recebe o torneio de Wimbledon) e o Earls Court, ginásio do torneio de vôlei.

Tamanha antecipação também gerou transtornos aos organizadores londrinos. Prontas, as arenas geraram custo alto de manutenção, algo que a Rio-2016 pretende evitar.

No momento, o custo total de todas as esferas de governo e do comitê organizador da Olimpíada brasileira está em R$ 38,2 bilhões.

Em comparação, os Jogos de Londres custaram R$ 42,4 bilhões (em valor corrigido).