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Ontem e hoje

Bem mais de cem anos

Como o gênero afro-brasileiro passou por transformações e se tornou símbolo nacional, até perder o cartaz para o sertanejo

LUÍS ANTÔNIO GIRON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Brasil celebra o centenário do samba. Convencionou-se dizer que o samba surgiu na passagem de 1916 para 1917. Mas de que samba estamos falando? É o samba como tradição popular ou um samba específico? A segunda alternativa é a correta. Uma composição registrada é festejada como marco fundador de um gênero musical que remonta ao passado distante.

Os pesquisadores da música popular canonizaram o samba e "inventaram" o seu nascimento. Anexaram o evento à narrativa da identidade nacional. Para tanto, contam o seguinte: em 6 de novembro de 1916, um certo músico, Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga (1889-1974), entrou com um pedido de registro da composição "Pelo Telefone" no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional.

Para ser registrada, a composição precisava ser apresentada na forma de partitura. Donga, que não sabia música, pediu ao amigo e flautista Alfredo da Rocha Viana, o Pixinguinha, para transcrevê-la em uma parte para piano. Donga se declarou o autor da composição, que denominou "samba carnavalesco".

Dez dias mais tarde, Donga anexou aos documentos uma declaração que informava que "Pelo Telefone" havia estreado em espetáculo em 25 de outubro de 1916 no Cine-Teatro Velho. Em 27 de novembro de 1916, a Biblioteca Nacional oficializou o registro da obra, com o número 3.295.

Uma das várias versões da letra da música –parte dela atribuída ao jornalista Mauro de Almeida o cronista carnavalesco Peru dos Pés Frios do jornal "A Rua"—traz referência a um caso célebre ocorrido no Rio de Janeiro.

Em 1913, dois repórteres do jornal "A Noite", Castelar de Carvalho e Eustáquio Alves, montaram uma roleta à frente do prédio do vespertino, no largo da Carioca. Com a armadilha gaiata, a dupla queria provar que o chefe da polícia, Aurelino Leal, fingia reprimir o jogo.

A reportagem saiu em "A Noite" e popularizou o episódio. Sem conhecê-lo, os versos do samba perdem sentido: "O chefe da polícia/ Pelo telefone/ Mandou me avisar/ Que na Carioca/ Há uma roleta/ Para se jogar..."

Donga tocava violão. Era filho de um pedreiro e de Tia Amélia, uma das baianas que davam festas em casa com direito a feijoada, cachaça e música. Ele e o Peru frequentavam a da cozinheira Tia Ciata, na praça Onze. O rega-bofe animado com canto e batucada acontecia aos sábados. Os convivas terminavam a tarde com improvisações. Alguém propunha um mote e a glosa ia passando de voz em voz.

A festa já tinha o nome de samba, ou roda-de-samba. Num certo sábado alguém jogou na roda o estribilho de "Roceiro", tema popular do Norte. Os participantes juntaram versos e melodias de outras canções folclóricas. Assim nasceu a feijoada de sons e letras que levou o nome de "Pelo Telefone".

Dessa criação conjunta tomaram parte os músicos José Barbosa da Silva, o Sinhô (1888-1930), João da Matta e Hilário Jovino; o jornalista Peru; até mesmo a Tia Ciata meteu a colher no improviso.

Donga também deu sua contribuição, mas se apropriou da cantoria inteira. Depois de registrá-la, levou-a a Fred Figner, empresário americano nascido na Boêmia, dono da Casa Edison, na rua do Ouvidor, 107.

Fundada em 1902, a loja vendia gramofones, máquinas de escrever e outras engenhocas da alta tecnologia de então. Figner também produzia e vendia chapas de 76 rotações com gravações. Detinha um catálogo de centenas de canções populares.

Na época, os direitos autorais para reprodução fonográfica não eram regulamentados. Mas Figner gostava de comprar as composições para gravá-las. Vinha fazendo isso desde que aportara no Brasil em 1896. Comprava as músicas por uma quantia fixa —cerca de 10 mil réis cada uma— em troca da posse perpétua da composição.

Foi sob o patrocínio de Figner que Manuel Pedro dos Santos, o Baiano (1870-1944), o cantor mais popular do Brasil, gravou "Pelo Telefone", em disco de 76 rotações, para o selo Odeon.

O registro foi feito em dezembro de 1916 no "estúdio" da Casa Edison, um galpão construído em zinco nos fundos da loja. Pela gravação original, é possível sentir o clima alegre e caótico que dominava o "puxadinho de Figner", como se dizia.

Baiano era o cantor mais popular do Brasil. Acompanhado de violão, cavaquinho e clarineta, ele canta com talento cômico de tenor popular. O "corpo de coros", formado por vozes agudas, se junta ao estribilho repetindo: "Sinhô, sinhá" (ora "Sinhô, sinhô", ora "sinhá, sinhá", ora tudo misturado).

As fábricas de chapas costumavam lançar músicas no início do ano, para que ela estivesse na boca dos foliões no Carnaval. "Pelo Telefone" seguiu o esquema.

A canção da chapa, de número 121.322, foi o êxito maior do Carnaval de fevereiro de 1917. O "samba carnavalesco" foi lançado na sede do Clube dos Democráticos, na Lapa, em 19 de janeiro de 1917.

Donga sabia que ia ter reclamação e tratou de driblar os oponentes. A repercussão do samba foi imediata. Sinhô disse que era autor do refrão ("ai, se a rolinha, sinhô, sinhô") e acusou Donga de ter roubado a improvisação coletiva.

Outros autores, mais próximos de Donga, preferiram se calar. Donga nunca confessou a apropriação. Somente Peru dos Pés Frios disse mais tarde de onde tinha extraído os versos: "Tirei-os de trovas populares".

A partir de então, o samba passou a ser considerado pelo mercado musical um produto popular. O sucesso de "Pelo Telefone" virou pivô de uma disputa pela primazia do samba.

Ela se estendeu por uma década e foi travada entre as facções de Donga e Sinhô, formadas respectivamente pelos tradicionais praticantes da chula raiada (samba em verso) e os músicos do samba urbano, que trabalhavam no teatro de revista. Aqueles repetiam o folclore. Estes passaram a formatar o samba como canção dotada de lógica linear, com início, meio e conclusão.

A batalha de confete entre as facções tradicional e progressista seguiu até o século 21. A controvérsia continua. O fato é que "Pelo Telefone" entrou na história com o título de "o primeiro samba gravado".

Trata-se de uma imprecisão.

Antes de "Pelo Telefone" havia registros gravados de canções com a denominação de "samba", que é um vocábulo de origem africana —iorubá— que significa encontro, festa, umbigada. Muitos exemplos podem ser citados.

O cantor João Geraldo Ribeiro lançou o "samba" "Brasilianas", em chapa Columbia de 76 rotações em 1908. A canção "Samba em Casa da Baiana", lançada em 1910 pelo selo Favorite Records, com o Conjunto da Casa Faulhaber, recebia a tarja de "samba". A estrela da revista Júlia Martins, acompanhada pelo Grupo da Casa Edison, gravou em 1914 "A viola está magoada", de Catulo da Paixão Cearense, também etiquetada como "samba". Baiano gravaria essa canção com o mesmo grupo.

Os dois motivos pelos quais "Pelo Telefone" chamou atenção foram o sucesso carnavalesco e ter sido tema de uma discussão em torno da apropriação intelectual.

A generalização é compreensível porque, a partir de um sucesso carnavalesco, o samba se afirmou como o gênero carioca por excelência. Mesmo com diferenças de origem, tornou-se um dispositivo eficiente que multiplica ritmo, melodia e versos para produzir canções, algumas clássicas.

No século 21, o samba foi substituído junto ao gosto do público por outros gêneros —o mais poderoso deles, o sertanejo.

O samba hoje abre passagem em um nicho restrito do mercado. Mesmo assim, sua reputação se revela inabalável. Ele ainda responde pela mitologia sonora do Brasil. Por isso, é preciso escutar como tudo começou e evoluiu –se é lícito falar de evolução em arte popular.

Prestando atenção na cadência dançante, nas melodias desenhadas em intervalos amplos e nas letras marcadas pela simplicidade e às vezes poesia —lírica ou de escárnio e maldizer—, vamos escutar ecos do samba nas senzalas, na casas grandes, nas vilas do Recôncavo Baiano, nos primeiros quilombos e redutos de escravos africanos em São Paulo e Pernambuco, mas também nas capitais da colônia e nos palácios da Lisboa da rainha dona Maria 1ª.

Foi lá que o mestiço carioca Domingos Caldas Barbosa, o Lereno (1739-1800), divulgou os dois gêneros principais de canção brasileira: a modinha de Minas Gerais e o lundu da Bahia.

Eram os extremos do caráter do exótico habitante da colônia. A modinha, com sua lentidão e melancolia sugestivas, filiava-se à linhagem da ária napolitana, apreciada em Portugal. O lundu originou-se do acompanhamento para umbigadas, mas logo recebeu uma configuração de canção, baseada em estribilhos repetitivos e no mesmo ritmo e melodia que um século depois seria denominado "samba". Lereno forneceu forma e graça maliciosa ao lundu.

No século 19, lundus e modinhas foram cantados nos intervalos de óperas pelas sopranos, como a italiana Augusta Candiani. A partir da década de 1850, o lundu se impôs nas festas populares e no teatro de revista.

O cantor e ator Xisto Bahia (1841-1894) lançou o lundu "Isto É Bom" em uma peça de teatro de revista na década de 1880. Já era um samba, basta ouvir para descobrir. Foi a canção que marcou a estreia de Baiano na Casa Edison, em 1902.

O lundu se transformava por influência da polca, que se misturava com todos os ritmos locais mundo afora. A polca sincopada passou a ser denominada "tango", "tanto brasileiro" e "maxixe". Era música que animava a dança do maxixe, com seus volteios sensuais –hoje conhecido como "dança de gafieira".

Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Ernesto Nazareth (1863-1934) foram os compositores de tangos mais produtivos do século. Os dois compunham para piano. Mas era samba, se a perspectiva do ouvinte for retroativa.

De fato, o termo "samba" é intercambiável com outros, como "lundu", "tango", "tango brasileiro" e "maxixe". O que o define é a interrupção do tempo forte que dá origem a um requebrado novo.

Quando virou sucesso, "Pelo Telefone" era também chamado de tango e até de lundu. Baiano não sentiu grande diferença em relação a suas primeiras gravações. Cantava tudo da mesma maneira com graça brejeira e maliciosa, tal como Lereno —aquele que em 1775, 141 anos antes de "Pelo Telefone" deu um corpo ao gênero afro-brasileiro, que depois assumiria diversas denominações até se definir por "samba".

O samba moderno resultou, portanto, de uma criação de muitas gerações, com a participação de instrumentistas, cantores, compositores, letristas, as companhias fonográficas e as emissoras radiofônicas.

O samba como conhecemos hoje, mesmo aquele que se apresenta como "de raiz", proveio do samba da cidade e da revista, de autoria de Sinhô. O estilo que ele lançou passou a ser valorizado, composto e compartilhado como um produto da indústria da cultura popular. Tanto que os tradicionalistas Pixinguinha, Donga e parceiros se adaptaram ao novo paradigma quando se lançaram em Paris como Os Oito Batutas em 1922.

A partir dos sambas de Sinhô e seguidores, apresentados nos teatros de revista da praça Tiradentes de 1920, iniciou-se o sistema de estrelas que impulsionou as vendas de discos, e consolidou as bases econômicas para a Era do Rádio, entre 1936 e 1964.

Sinhô deu início tanto à "linha evolutiva" da música popular brasileira, como define Augusto de Campos, como à linha progressiva do samba. Foi o primeiro sambista com consciência de forma musical e linguagem. Ele ajudou a resgatar o samba dos terreiros e das festas, finalizando-o como um produto consumível por todos.

Sinhô a um só tempo arrancou o samba do gueto da Pequena África do Rio de Janeiro e o reafirmou suas origens negras para o público brasileiro miscigenado. Recebeu por isso o título de "Rei do Samba".

Ele chegou a eleger um aluno, o cantor Mario Reis (1907-1981), como sucessor, em 1928. Pensava que Reis, com seu canto baixo, suave e falado, franquearia o samba aos salões da elite e o fortaleceria no incipiente mercado da música popular.

Em volta do canto renovador de Mario Reis e Francisco Alves —este também lançado por Sinhô—, juntaram-se os chamados Bambas do Estácio, sambistas que propunham uma fórmula nova para o samba. Eram eles Ismael Silva, Nilton Bastos, Bide, Marçal, Brancura e Baiaco, todos eles malandros. "

Em vez do andamento dançante do maxixe, eles defendiam uma batida quase marchada, como se comentava na época, adotada pelas escolas de samba que nasciam no final dos anos 1920. Em lugar das letras comportadas, vinham com temas transgressivos, como a prostituição e a exaltação ao ócio.

Noel Rosa (1910-1937), do bairro vizinho de Vila Isabel, declarou-se discípulo de Reis e dos malandros do Estácio.

Noel começou a carreira imitando Mario Reis e Ismael Silva, no método de cantar e nos assuntos de seus sambas. Em seguida, porém, tratou de transformar o samba em uma espécie nacionalizada de obra de arte universal. Esmerou-se na observação do cotidiano carioca dos anos 1930 e dele extraiu versos.

Alguns de seus sambas são ensaios reflexivos sobre a linguagem do samba. Em "Feitio de Oração", ele explica que o samba não é uma questão de classe, raça ou origem, e sim uma entidade transétnica e trans-histórica: "O samba na realidade não vem do morro/ Nem lá da cidade/ E quem suportar uma paixão/ Sentirá que o samba então/ Nasce do coração".

Com Noel, o samba passou a expressar poesia íntima. Na esteira dele vieram Luís Barbosa e Heitor Catumbi, que inventaram o samba-de-breque. Vieram Assis Valente, Wilson Pereira e Geraldo Pereira, sambistas que nivelavam cidade e morro. E Ary Barroso (1903-1964), com sambas-canções e sambas de exaltação. A "Era de Ouro" surgiu do samba e suas subdivisões.

Quem consagrou o samba no mundo foi a cantora Carmen Miranda (1909-1955). Ela o divulgou nos Estados Unidos, para onde se mudou em 1939, com o Bando da Lua, ao mesmo tempo que trouxe ao Brasil a canção americana. Ela também lançou Dorival Caymmi (1914-2008), autor baiano que inovou na harmonia e pretendia transformar o samba em música erudita.

No apagar dos anos 1940, diversos grupos se moldaram no figurino americanizada do Bando da Lua. Os principais foram os Anjos do Inferno, Namorados da Lua, 4 Azes e 1 Coringa e Os Cariocas. No repertório, eles incluíam sambas mesclados ao swing, foxtrote e jazz.

O samba se uniu ao fox-canção pelas vozes graves e suaves de Lúcio Alves e Dick Farney. A base harmônica se aprimorou e os versos se sofisticaram para que animassem as boates intimistas.

Em 1953, Johnny Alf (1929-2010) lançou o samba-jazz "Rapaz de Bem", com acordes à Duke Ellingon e letra que citava a malandragem à moda do Estácio.

De Alf para a bossa nova, foi um salto minúsculo. Tom Jobim (1927-1994), como Alf, atuava como acompanhador, arranjador e pianista nas boates cariocas. Como sua educação erudita, ele se aproveitou das harmonias dos compositores impressionistas e de George Gershwin.

O crooner dos Garotos da Lua, João Gilberto, se inspirou nos grupos da moda e no canto de Chet Baker para formular um estilo. A estreia de sua linguagem se deu em 1958 com o samba "Chega de Saudade" (Tom Jobim-Vinicius de Moraes). Ele entrelaçou o canto silábico e violão em blocos harmônicos impensáveis. Desse modo revolucionou o samba e a metalinguagem do samba. Nascia a bossa-nova.

Inspirado em João, surgiu o movimento do samba universitário engajado dos anos 1960. Dele fizeram parte Sérgio Ricardo, Carlos Lyra, Edu Lobo e Chico Buarque.

A geração da MPB produziu pensamentos sobre o samba. O exemplo é Carlos Lyra, que compôs "Criticando" em 1956 e "Influência do Jazz" em 1961, sambas metalinguísticos.

Ao mesmo tempo, essa geração redescobriu os sambistas antigos vivos, como Cartola, Ismael Silva e Nelson Cavaquinho. Artistas universitários com formação de sambistas, como Paulinho da Viola e Elton Medeiros, começaram em 1964 a resgatar o passado das escolas de samba.

O samba de raiz retornava às paradas de sucesso. Também Maria Bethânia lançava-se ao estrelato em 1965 com a intenção de restaurar o samba tradicional. Seu irmão Caetano Veloso e o amigo dele, Gilberto Gil, desembarcaram nos festivais de MPB em São Paulo, declarando-se discípulos de João Gilberto.

As primeiras canções de Caetano e Gil beberam na bossa-nova. A dupla gravou em 1993, no CD "Tropicália 2", a composição de Caetano "Desde que o Samba é Samba". A canção promove mais uma meditação sobre as fontes do samba.

Numa inércia confortável, o samba continuou a fazer sucesso dos anos 1980 aos 2010. No início dos anos 1980, o pagode nascido das festas de fundo de quintal do bloco Cacique de Ramos restaurou a espontaneidade do ritmo por meio de uma percussão renovada.

Aos poucos, o samba ocupou um setor específico do mercado, competindo com sertanejos, funk, axé e pop-rock.

O ressurgimento do bairro da Lapa na década de 2000, com a inauguração de casas noturnas dedicadas ao samba, tem impulsionado a carreira de muitos sambistas jovens.

Alguns se devotavam à tradição, outros adaptavam o samba às modas atuais. Entre eles estão Teresa Cristina, Diogo Nogueira e Maria Rita.

A renovação no samba se faz lentamente. Desde a modalidade universitária dos anos 1960, pouco foi feito para a retomada de uma imaginária linha evolutiva. Durante sua viagem pela história, alterou sua batida, poética, estrutura e linguagem.

Mas o seu "poder transformador" (como diz "Desde que o Samba É Samba") voltou a hibernar. Agora ele não pode nem ser considerado a vertente mais popular do Brasil, cedida aos sertanejos.

Qual é o mecanismo do samba, que, apesar de tudo, funciona através das gerações?

De Lereno até hoje, num período que abarca 240 anos, da monarquia absolutista portuguesa à democracia da sociedade globalizada, passando pelo esforço dos cidadãos de origem africana no Brasil, o samba em suas denominações históricas se impôs tanto como manifestação antropológica quanto como produto da indústria de entretenimento.

Sua vocação é a mesma de outros gêneros da canção popular mundial: saber adaptar-se às mudanças de gosto.

Se há um fundamento do gênero, que o fez resistir às perturbações tecnológicas e sociais em crescente complexidade, ele pode ser detectado em três aspectos: o talento de seus artistas, o compasso binário e a síncope que faz todo mundo dançar e recordar.

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