007

007 As Bond Girls

James Bond retorna em "Spectre", com seu martíni, novas mulheres e a crença de que é, hoje, menos machista que no passado

O NOVO VELHO 007

James Bond está menos machista?

Daniel Craig com as bond girls Lea Seydoux e Monica Bellucci Ian Langsdon/Efe

GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO

James Bond está de volta, em sua 24ª aventura oficial –"007 Contra Spectre"–, que estreia nesta quinta (5), nos cinemas brasileiros. O filme, segunda incursão do diretor Sam Mendes na franquia, amarra uma série de eventos ocorridos nos três filmes anteriores, todos protagonizados pelo inglês Daniel Craig, o atual Bond.

"Spectre", que já registrou a maior bilheteria de estreia no Reino Unido e faturou US$ 80 milhões em apenas sete dias, sai num momento em que o bom desempenho em mercados fora do eixo EUA-Europa é fundamental para fechar as contas da produção. Mas num mundo cada vez mais politizado, o carisma de um herói que pode ser resumido basicamente como um assassino misógino e elitista está em xeque.

Craig defende a sua versão de Bond. "Não é tão machista, nem tão misógina quanto as anteriores", disse em entrevista à revista "Esquire".

Sobre o aspecto mulherengo do personagem, diz: "Ele é solitário para cacete. Há uma grande tristeza nele. Ele está transando com essas garotas e então elas somem e isso é... Triste."

Seja como for, Bond conquistou 57 mulheres e ficou no "quase" com algumas outras ao longo dos 24 filmes da série, que mostraram a força feminina conforme o movimento feminista crescia.

De "007 Contra Goldfinger" (1964) vem Pussy Galore, Bond girl independente que pilota e comanda um time de aviadoras. De "007: O Espião que Me Amava" (1977) vem a agente secreta russa Anya Amasova; em "007: Somente para Seus Olhos" (1981) aparece a arqueira vingativa Melina Havelock. O filme "007: Um Novo Dia para Morrer" tem em Jinx uma agente páreo para Bond e o recém-lançado "Spectre" segue a tendência com a impositiva Madeleine Swann.

Não à toa, filmes como os da saga "Jogos Vorazes" e de outros menos óbvios, como "As Sufragistas" (ainda sem data de estreia no Brasil) têm puxado uma leva de produções de heroísmo feminino –tudo isso enquanto se discute um eventual sucessor a Craig: um ator negro como Idris Elba, uma Jane Bond, um 007 gay?